Brasil é um dos mais beneficiados pelo ‘tarifaço’ global de Trump, diz imprensa internacional | Economia
O Brasil está entre os possíveis países que são beneficiados pelo ‘tarifaço’ contra mais de 180 países do mundo imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A informação está em uma publicação da agência de notícias Reuters.
A reportagem destaca, em primeiro lugar, que o país teve uma tarifa baixa, de apenas 10%, a menor entre todas – algo diferente do que ocorreu com a União Europeia, Coreia do Sul e Japão, por exemplo, com 20% para mais de tarifas.
Com grande foco na agricultura, o Brasil poderia se beneficiar das tarifas retaliatórias da China que devem atingir os exportadores agrícolas dos Estados Unidos. Essas taxas devem entrar em vigor nesta quarta-feira (9).
A Reuters também aborda como a situação gera uma possibilidade de aproximação do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, algo que tem sido buscado há muito tempo. O país que mais poderia se beneficiar do acordo seria, justamente o Brasil.
A reportagem também recorda que, no primeiro mandato de Trump, os produtores brasileiros de soja e milho tiveram vendas recordes após a China ter congelado a compra dos produtores americanos, algo que poderia ser replicado.
Outros possíveis beneficiados
Trump assina ordem executiva com taxação recíproca contra países do mundo inteiro. — Foto: SAUL LOEB / AFP
Na América Latina, o México também é citado, após ter saído em parte ileso das tarifas dos EUA. De acordo com o estrategista sênior de mercados emergentes do RBC BlueBay, Graham Stock, entretanto os ativos mexicanos possuem mais dificuldade.
‘Mas os ativos mexicanos estão com mais dificuldades do que outros porque o México está muito exposto à economia dos EUA e, no final das contas, a política comercial de Trump é um enorme ato de automutilação à economia dos EUA’.
Na publicação, a Reuters ainda cita outros países com déficits comerciais com os Estados Unidos que poderiam encontrar novas oportunidades, caso de Marrocos, Egito, Turquia e Cingapura.
‘Os EUA não impuseram tarifas somente ao Egito. Eles impuseram tarifas muito mais altas a outros países. Isso dá ao Egito uma ótima oportunidade de crescer. disse Magdy Tolba, presidente da joint venture egípcia-turca T&C Garments;
Países concorrentes do Egito no setor têxtil, como China, Vietnã e Bangladesh estão entres os que mais receberam tarifas.
As bolsas europeias abriram nesta terça-feira (8) em alta, depois de um dia de perdas generalizadas.
O índice DAX, na Alemanha, tem alta de 0,87% nesta manhã. Na Espanha, o IBEX, tem alta de 0,37%. O índice CAC 40, na França, teve alta de 0,67%. Na Itália, a alta é de 0,31% nessa manhã.
As principais bolsas asiáticas fecharam em alta, depois de um dia de pânico por causa das incertezas sobre o tarifaço global anunciado pelo presidente Donald Trump.
As ações da bolsa japonesa subiram mais de 6%, após fecharem com uma queda de quase 8% no dia anterior.
Nessa segunda-feira (7), o presidente Donald Trump indicou o Japão como um dos países com os quais ele vai negociar um acordo comercial.
A bolsa de valores de Hong Kong, que registrou ontem queda de 13%, a maior em 28 anos, também fechou em alta acima de 1%.
A bolsa de Xangai, na China, fechou no positivo, acima de 1,5%, após registrar perdas de 8% na segunda-feira.
Apesar dos sinais de alguma negociação entre os Estados Unidos e alguns países, a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo mostra poucos sinais de desaceleração.
Nesta madrugada, a China avisou que não vai recuar da decisão de taxar as importações americanas em 34% a partir de quinta-feira em retaliação aos Estados Unidos, apesar das novas ameaças do republicano.
Nessa segunda (7), o presidente americano disse que vai impor uma tarifa adicional de 50% sobre as importações de produtos chineses se Pequim não desistir da retaliação até a uma da tarde de hoje, pelo horário de Brasília.
Se a ameaça de Trump for confirmada, os produtos chineses que entrarem nos Estados Unidos serão taxados em mais de 100%.
Diante do ultimato do presidente americano, o governo chinês afirmou que as tarifas impostas pelos Estados Unidos são completamente infundadas e representam uma típica prática unilateral de intimidação.
O governo Xi Jiping diz que a guerra tarifária não tem vencedor e que vai revidar Donald Trump até o fim.
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