Brasil e Guiana Francesa se unem contra crimes transfronteiriços

As forças armadas do Brasil e da Guiana Francesa se uniram contra atividades criminosas na região de fronteira entre os dois países. Soldados do Comando de Fronteira Amapá e 34º Batalhão de Infantaria de Selva (CFAP/34ºBIS) do Exército Brasileiro (EB), em conjunto com militares da Guiana Francesa, realizaram a Operação Jararaca em abril, para combater crimes transfronteiriços na região de Oiapoque, no estado brasileiro do Amapá.

“Extração ilegal de minérios em garimpos, crimes de caça contra animais silvestres e tráfico de drogas em área de fronteira, entre outros delitos ambientais, estão entre os principais crimes identificados nesta região da Amazônia Oriental”, disse à Diálogo o Comando Militar do Norte (CMN), do EB, em 6 de junho.

As ações de patrulhamento fluvial e controle de vias contaram com mais de 300 militares, além de agentes da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e da Marinha do Brasil.

Os efetivos desarticularam grupos que atuavam no garimpo ilegal, apreendendo munições, armamentos, entorpecentes e dinheiro em espécie, informou o CMN.

Segundo o EB, a Operação Jararaca demonstra a determinação das forças armadas em proteger as fronteiras e o meio ambiente. “Neste cenário, conseguimos ter maior eficácia quanto ao objetivo da operação, que é coibir os crimes transfronteiriços”, disse à Diálogo o Tenente-Coronel de Infantaria Wiliam Miranda Silva, comandante do 34ºBIS.

“Essa boa relação entre os exércitos brasileiro e francês permite ainda uma troca de informações e experiências que contribui com a diplomacia militar entre os dois países”, completou o Ten Cel Wiliam.

Os resultados demonstraram o alto nível de preparação e operacionalidade do CFAP/34ºBIS e a integração entre as Forças Armadas e os órgãos de segurança pública, afirmou o CMN.

Combate à criminalidade

A cooperação de segurança entre autoridades brasileiras e francesas na Amazônia é consagrada no Novo Plano de Ação da Parceria Estratégica Brasil-França, publicado em 28 de março de 2024. “Os dois países combatem juntos as ameaças à segurança e ao meio ambiente e os riscos à saúde, que afetam a região transfronteiriça”, diz o Plano.

“As partes reafirmam seu compromisso em cooperar no âmbito bilateral e no âmbito regional no Escudo das Guianas, para combater a criminalidade transfronteiriça, notadamente o garimpo ilegal, o tráfico de madeira e de espécies de fauna e flora silvestres ameaçadas de extinção, o desmatamento, a pesca ilegal e o tráfico de pessoas”, afirma o documento.

Operação Gran Rochelle

A Operação Jararaca foi apenas a mais recente missão conjunta entre militares do Brasil e da Guiana Francesa. Em março, eles realizaram a Operação Gran Rochelle para combater organizações criminosas na Amazônia. “O objetivo [da Operação Gran Rochelle] é desenvolver ações das Forças Armadas na faixa de fronteira terrestre e nas águas interiores para combater delitos transfronteiriços e ambientais, como o tráfico de drogas, tráfico humano e atividade de garimpo ilegal”, informou o CMN em um comunicado.

O trabalho foi fruto de uma ação coordenada pelo CMN, que teve a 22ª Brigada de Infantaria de Selva como braço operacional. Também participaram militares da Marinha do Brasil e agentes da Polícia Federal do Brasil e da Polícia Rodoviária Federal do Brasil. A Operação Gran Rochelle resultou na apreensão de cocaína, maconha, ouro, pedras preciosas, munições, dinheiro em espécie, combustível, embarcações e motores utilizados em crimes ambientais, completou o CMN.

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