Equipes do Corpo de Bombeiros do Peru enfrentam, desde a última segunda-feira (3), um incêndio de grandes proporções no centro histórico de Lima. O fogo, que já dura 48 horas, consumiu vários edifícios comerciais e ameaça se estender até o fim de semana, segundo autoridades locais. Apesar da destruição, não há registro de vítimas até o momento.
As chamas tiveram início em um depósito clandestino de brinquedos e alimentos envasados localizado em um prédio no bairro de Barrios Altos. Devido à proximidade entre os edifícios e à predominância de materiais inflamáveis, o fogo se alastrou rapidamente pelas ruas estreitas da região.
“Estamos em uma área onde os armazéns estão misturados com residências, tornando a situação ainda mais crítica”, explicou Carlos Malpica, brigadista da Corporação Geral de Bombeiros Voluntários do Peru, em entrevista ao Canal N.
O balanço divulgado nesta quarta-feira (5) aponta que pelo menos cinco edifícios foram severamente danificados. Essas construções, que variam entre cinco e oito andares, não seguiam normas de segurança, segundo os bombeiros. Além disso, apresentavam graves deficiências estruturais, como ausência de escadas de emergência e sistemas de combate a incêndios.
A rápida propagação do fogo obrigou dezenas de moradores a abandonarem suas casas. Muitos conseguiram resgatar alguns pertences, como eletrodomésticos e móveis, antes que as chamas tomassem conta das construções. O incêndio também gerou uma densa nuvem de fumaça preta e tóxica, resultado da combustão de plásticos e outros materiais inflamáveis, que pôde ser vista a quilômetros de distância.
Zulli Cabanillas, moradora da região, relatou a tensão vivida pelos residentes: “O centro histórico de Lima é uma bomba-relógio. Nossas casas estão cercadas por armazéns sem qualquer segurança.”
Os bombeiros enfrentam dificuldades para conter o fogo devido à precariedade da infraestrutura urbana. Muitos hidrantes da região estão inoperantes, e a quantidade de água disponível é insuficiente para controlar as chamas. “Precisamos de oito a dez vezes mais água para lidar com a situação”, afirmou Malpica.
Para mitigar a escassez de recursos, as equipes improvisaram piscinas infláveis na área afetada para armazenar água e garantir o abastecimento dos caminhões. Ainda assim, a complexidade do incêndio faz com que os bombeiros estimem que a operação de contenção se prolongue até domingo, tornando-se um dos incêndios mais duradouros da história recente de Lima.
A resposta à emergência envolve quase 50 unidades do Corpo de Bombeiros, totalizando cerca de 300 agentes. Segundo Mario Casaretto, responsável pela gestão da crise na prefeitura de Lima, a evacuação rápida da área foi fundamental para evitar uma tragédia maior.
Com o fogo ainda ativo, as autoridades seguem monitorando a situação e avaliando os danos estruturais nos edifícios vizinhos, enquanto a população local aguarda ansiosamente por medidas para evitar que desastres semelhantes voltem a ocorrer.
Crédito: Link de origem