A inteligência artificial vai impactar nossas vidas. Os avanços, entretanto, também trazem graves riscos. É preciso atuar com velocidade para evitar que essa tecnologia que traz uma série de boas promessas seja capturada por maus elementos.
Barroso defendeu regulação da IA e afirmou que o Brasil precisa superar o preconceito contra a livre iniciativa
Esse foi o fio condutor do discurso do presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, no encerramento do evento Fórum Esfera 2025, neste sábado (7/6), no Guarujá, litoral sul de São Paulo.
Em sua fala, Barroso defendeu a regulação não só da inteligência artificial, mas também das redes sociais. O ministro explicou que esse desafio é global, mas que precisa ser enfrentado para garantir a proteção dos direitos fundamentais e da democracia.
O ministro também tratou do problema da segurança pública. “É um equívoco acreditar que o problema de segurança pública é fruto da desigualdade. Quem observa a vida sabe que o pobre também precisa de segurança pública. Esse é um tema de todos e não apenas do que tem uma visão mais extremada da vida”, afirmou, ao defender uma política de coordenação nacional de segurança pública.
Barroso também se mostrou aflito com a educação no Brasil. “Cito um governo passado para não correr o risco de politização. No governo Temer todos queriam saber quem seria o ministro da Economia. A educação, que todos dizem ser prioridade, ninguém queria saber”, explicou.
O ministro defendeu a necessidade urgente de se colocar a educação no centro do debate político. “Essa foi a vantagem competitiva que levou a Coreia do Sul ao patamar que está hoje.”
Barroso também defendeu a reforma política com a implantação do voto distrital misto. “O país já está maduro para mudarmos o nosso sistema eleitoral.” Segundo o ministro, a modalidade ajuda a combater a infidelidade partidária.
Preconceito contra a livre iniciativa
Em seu discurso, Barroso afirmou que o Brasil precisa superar certo “preconceito contra a livre iniciativa”.
“O Estado é importante para políticas sociais, mas o Brasil precisa vencer esse preconceito, que vem do tempo em que a riqueza era produzida a partir de concessões fraudulentas, licitações esquisitas e inside information. Desse tempo para cá temos gerações de empresários que produzem, que investem, que inovam, que arriscam e parte da sociedade ainda está presa nessa visão viciada de que o lucro é ruim”, afirmou.
No fim de sua fala, o presidente do Supremo ainda citou o jantar oferecido pelo presidente do Ifood no último mês, que teve o objetivo de arrecadar fundos para financiar bolsas de candidatos negros em concursos na magistratura. Barroso esteve presente no evento.
“A imprensa noticiou que o presidente do STF jantou na casa de um empresário que tem interesse no Supremo. Ora, todos têm interesse no Supremo. Eu decido o que acho certo. E faço o certo. O Universo se move em defesa dos que se orientam por bons propósitos.”
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