BAD prevê Guiné-Bissau a crescer acima de 5% mas aponta riscos

Os setores primário e secundário “em expansão”, a par de aumentos do investimento e do consumo final dão um empurrão decisivo à economia, acrescentou a instituição financeira, no capítulo dedicado à Guiné-Bissau no relatório de Perspetivas Económicas Africanas (AEO, sigla inglesa) de 2025.

 

A inflação deverá descer para 2,7%, em 2025, e 1,8%, em 2026, “devido à estabilização dos preços internacionais”. 

O país cresceu 4,4% em 2023 e 5% em 2024, conduzido pelas indústrias agroalimentares, forte produção de caju, instalação de fibra ótica e fornecimento de eletricidade através do projeto regional do rio Gâmbia, indicou o BAD — com a inflação a descer de 7,2% em 2023 para 3,6% em 2024.

O AEO 2025 foi publicado hoje, durante as reuniões anuais do BAD que decorrem em Abidjan, Costa do Marfim, cujo tema central é a mobilização dos recursos do continente, libertando-o de dependência externa.

“Na vertente orçamental, prevê-se que o défice diminua gradualmente para 3,6% do PIB em 2025 e para 1,6% em 2026, devido a uma gestão orçamental mais rigorosa. Isto deverá reduzir o rácio dívida/PIB para 76,2% em 2025 e para 72,8% em 2026”, acrescentou. 

O défice da balança corrente também deverá melhorar, atingindo 5% do PIB em 2025 e 3,9% em 2026, “impulsionado por uma recuperação das exportações, especialmente de castanha de caju”. 

Do lado dos riscos, o banco receia “instabilidade política antes das eleições de novembro”, a par de “incertezas sobre a colheita de caju, uma possível queda na procura global de matérias-primas e condições financeiras mais restritivas”. 

O aumento da mobilização de financiamento externo concessional “será essencial para preservar a estabilidade macroeconómica e reforçar a resiliência do país”, indicou.

“Os desafios relacionados com a corrupção continuam a pesar no ambiente empresarial”, assim como aspetos ligados a uma “governação frágil, instabilidade institucional e um Estado de direito a enfrentar inúmeros desafios”, concluiu o relatório do BAD.

*** A agência Lusa viajou a convite do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) ***

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