Nos últimos anos, muitas famílias haitianas vieram morar no Brasil. Isso aconteceu principalmente depois de um grande terremoto que atingiu o Haiti em 2010, deixando muitas pessoas sem casa e sem trabalho. A partir de 2012, ainda mais haitianos começaram a chegar por aqui em busca de uma vida melhor, com mais oportunidades e segurança.
Com essas famílias, vieram muitas crianças haitianas, algumas bem pequenas. Essas crianças nasceram no Haiti ou durante a viagem até o Brasil e agora estão começando uma nova vida.
Nas escolas brasileiras, inclusive na minha, (que fica no bairro Júlio de Mesquita, em Sorocaba) essas crianças estão conhecendo novos amigos, aprendendo coisas novas e trazem consigo histórias, costumes e tradições do Haiti, o que pode enriquecer o ambiente escolar em diversidade e cultura. A presença dos haitianos entre nós é uma grande oportunidade de aprendizado e empatia.
Com uma linguagem sensível, “Azul Haiti” revive memórias delicadas de um período de crise, narrando a jornada da imigração haitiana. As ilustrações e colagens feitas sobre papelão trazem uma riqueza visual ao retrato dessa fuga, enriquecendo o texto e abrindo novas camadas de interpretação. Um livro fundamental para refletir sobre a resistência e a importância de guardar viva a memória das histórias que nos marcam.
“Azul Haiti” marca a estreia da autora Paty Wolff na Companhia das Letrinhas, trazendo uma narrativa tocante e cheia de significado.
Vanessa Marconato Negrão, professora e sócia efetiva da Academia Sorocabana de Letras
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