Autoridades dos EUA, Europa e América Latina questionam anúncio de vitória de Maduro na Venezuela; veja lista | Mundo

Presidente da Venezuela Nicolás Maduro em discurso após eleições, nesta segunda-feira, 29 de julho de 2024. — Foto: REUTERS/Fausto Torrealba

Veja a lista de países e autoridades que se pronunciaram:

  • Estados Unidos – Antony Blinken, secretário de Estado;
  • União Europeia – Josep Borrell Fontelles, vice-presidente;
  • Chile – Gabriel Boric, presidente;
  • Peru – Javier Gonzalez-Olaecha, ministro das Relações Exteriores;
  • Argentina – Javier Milei, presidente;
  • Espanha – José Manuel Albares, ministro das Relações Exteriores;
  • Colômbia – Luis Gilberto Murillo, ministro das Relações Exteriores.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, afirmou que o país tem “sérias preocupações de que o resultado anunciado não reflita a vontade ou os votos do povo venezuelano”.

Josep Borrell Fontelles, vice-presidente da Comissão da União Europeia, afirmou que, depois do povo da Venezuela votar sobre o futuro do país de “maneira pacífica e massiva”, “sua vontade deve ser respeitada”.

“É vital assegurar a total transparência do processo eleitoral, incluindo a contagem detalhada dos votos e o acesso às atas de votação das mesas eleitorais”, disse Fontelles.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, diz que é “difícil de acreditar” na vitória de Maduro e que o Chile não reconhecerá nenhum resultado “que não seja verificável”.

“A comunidade internacional e sobretudo o povo venezuelano, incluindo os milhões de venezuelanos no exílio, exigem total transparência das ações e do processo, e os auditores internacionais não se comprometem com o governo na conta da veracidade dos resultados”, escreveu Boric.

Outro país da América Latina, o Peru, também garante que não aceitará “a violação da vontade popular do povo venezuelano”, segundo o presidente Javier Gonzalez-Olaecha. “Condeno em todas as extremidades a soma de irregularidades com a intenção de fraude cometida pelo governo venezuelano”, disse.

O presidente da Argentina, Javier Milei, disse, antes dos resultados das eleições, que a Argentina não vai reconhecer “outra fraude” e que espera que as Forças Armadas, esta vez, “defendam a democracia e a vontade popular”.

“Os venezuelanos escolheram acabar com a ditadura comunista de Nicolás Maduro. Os dados anunciam uma vitória gigante da oposição e o mundo aguarda que reconheça a derrota depois de anos de socialismo, miséria decadência e morte”, escreveu Milei.

Após os resultados apresentados pelo CNE, Milei republicou o mesmo texto duas vezes e compartilhou publicações de outras pessoas dizendo que ele é o único comprometido com a causa da liberdade venezuelana.

Ministro do Exterior da Espanha, José Manuel Albares, afirmou que a vontade democrática dos venezuelanos deve ser respeitada “com a apresentação das atas de todas as mesas eleitorais para garantir resultados plenamente verificáveis”.

“Pedimos que se mantenham a calma e civismo com os quais transcorreu a jornada eleitoral”, disse Albares.

O ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Luis Gilberto Murillo, pediu a contagem total dos votos e uma auditorial independente dos votos.

“Após manter contato permanente com todos os atores políticos envolvidos nas eleições presidenciais, consideramos essencial que as vozes de todos os setores sejam ouvidas. É importante esclarecer quaisquer dúvidas sobre os resultados. Pedimos que a contagem total dos votos, sua verificação e uma auditoria independente sejam realizadas o mais rápido possível”, disse Murillo.

Alguns países da América Latina e a Rússia parabenizaram Maduro pela vitória. Leia mais aqui.

Governo e oposição divergem sobre resultado das eleições

O CNE, que é um órgão nacional, responsável por apurar e divulgar os resultados, disse nas primeiras horas desta segunda-feira que 80% das atas de votação já foram conferidas e que já é possível afirmar que Nicolás Maduro venceu as eleições com 51,2% dos votos, num resultado “irreversível”.

No primeiro discurso, Maduro disse que “o fascismo na Venezuela, na terra de Bolívar e Chávez, não passará” e afirmou que haverá “paz, estabilidade e justiça” no país.

O presidente disse que o site do CNE sofreu um ataque hacker numa tentativa de “evitar que a população tivesse acesso aos resultados”. Ele também afirmou que já sabem que país coordenou o ataque.

A líder da oposição venezuelana Maria Corina Machado fala com a mídia ao lado do candidato presidencial da oposição Edmundo Gonzalez após a autoridade eleitoral anunciar que o presidente venezuelano Nicolás Maduro conquistou um terceiro mandato, durante a eleição presidencial, em Caracas, Venezuela, em 29 de julho de 2024. — Foto: REUTERS/Leonardo Fernandez Viloria

“Queremos dizer ao tudo temo que a Venezuela tem um novo presidente eleito e é Edmundo González”, disse Maria Corina, líder da oposição venezuelana.

Corina diz que a participação na votação foi “histórica” e que quatro auditores independentes mostram que González foi o vencedor das eleições em todos os estados.

“Todo mundo sabe o que aconteceu aqui”, afirma Corina, falando que o próprio governo, a comunidade internacional e o povo venezuelano sabem que o resultado verdadeiro é a vitória da oposição.

Segundo a líder política, as pesquisas mostram uma vitória de González por 70%, contra 30% de Maduro, no que seria a maior vantagem histórica.

A oposição diz já ter acessado 40% das atas de votação e pede que a população continue acompanhando a liberação das outras atas.

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