Aumento da CBF a dirigentes pagaria tecnologia que evitaria polêmica em Sport x Fortaleza

A ausência da tecnologia de linha de gol voltou a ser motivo de debate no futebol brasileiro. No empate sem gols entre Sport e Fortaleza, neste sábado (26), pela sexta rodada do Brasileirão, a arbitragem se viu no centro de uma enorme polêmica após um possível gol não confirmado para o time cearense.

ausência gerou polêmica no empate da ilha

Aos 29 minutos do segundo tempo, Yago Pikachu finalizou, a bola bateu na trave e no chão, aparentemente dentro do gol. Jogadores do Fortaleza chegaram a comemorar, mas o árbitro Matheus Delgado Candançan não validou o lance. Mesmo com a revisão do VAR, o lance foi considerado inconclusivo após uma longa análise que paralisou a partida por cerca de oito minutos.

Veja o lance:

Se o Campeonato Brasileiro contasse com o sistema de detecção automática de gols, já usado desde a Copa do Mundo de 2014 e presente em ligas como a inglesa, alemã, italiana e francesa, a decisão seria imediata e sem polêmica. No entanto, a tecnologia segue fora do país por questões de custo.

Investimento seria menor que aumento

Segundo levantamento da empresa alemã Goal Control, o custo para implementação e operação da tecnologia durante um ano seria de 6,16 milhões de dólares, algo em torno de R$ 35,01 milhões, considerando a cotação e correções monetárias atuais. Ainda haveria a possibilidade de baratear a operação, já que hoje o Brasil já dispõe de estrutura de VAR que poderia ser adaptada.

O valor, no entanto, é inferior ao aumento de salário concedido em 2021 por Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, aos presidentes das federações estaduais: R$ 165 mil mensais para cada dirigente. No total, o gasto adicional anual com os pagamentos (considerando 13º salário) chegou a R$ 42,51 milhões.

A informação foi divulgada pela revista Piauí, em reportagem assinada por Allan de Abreu, que também apontou uma redução no investimento em capacitação de árbitros. Como resultado, houve aumento de erros técnicos nas edições de 2023 e 2024 do Brasileirão.

Tecnologia já decidiu jogo de Copa do Mundo

Exemplos da importância da tecnologia de linha de gol não faltam. Em 2023, na Copa do Mundo feminina, a Suécia eliminou os Estados Unidos nas oitavas de final graças ao recurso. Após empate sem gols e prorrogação, o jogo foi decidido nos pênaltis. Na última cobrança, a goleira americana defendeu parcialmente o chute de Hurtig, mas a tecnologia confirmou que a bola ultrapassou a linha por poucos milímetros, validando o gol e a classificação sueca.

O sistema detecta se a bola cruzou completamente a linha, mesmo em margens mínimas de até cinco milímetros, enviando um alerta instantâneo ao árbitro.

Enquanto isso, no futebol brasileiro, a alegação histórica da CBF para não implementar a tecnologia segue sendo o custo e a falta de estádios adaptados, argumento apresentado ainda em 2018 pelo então diretor de arbitragem Coronel Marinho.

No entanto, diante dos investimentos questionáveis e do aumento recente de erros de arbitragem, a ausência da tecnologia de linha de gol no Brasil se torna cada vez mais difícil de justificar.

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