asilados chegaram aos EUA, afirma secretário de Estado

Os quatro venezuelanos que estavam asilados na Embaixada da Argentina em Caracas e ainda sob custódia do Brasil deixaram a Venezuela e chegaram aos Estados Unidos. O secretário de Estado americano, Marco Rubio, descreveu a ação como um “resgate bem-sucedido de reféns”, embora não tenha revelado detalhes sobre como ela foi conduzida. Fontes oficiais informaram ao GLOBO que foi concedido um salvo-conduto aos opositores, permitindo que deixassem a residência diplomática e saíssem do país. Todos são aliados de María Corina Machado, líder da oposição venezuelana, que comemorou a saída deles do país.

  • Conflito: Venezuela rejeita ordem de corte internacional para suspender eleições em Essequibo, região disputada com a Guiana
  • Contexto: Opositores de Maduro refugiados na embaixada argentina em Caracas denunciam colapso em gerador de energia

“Os EUA celebram o resgate bem-sucedido de todos os reféns mantidos pelo regime de Maduro na Embaixada da Argentina em Caracas”, escreveu Rubio no X. “Após uma operação precisa, todos os reféns estão agora em segurança em solo americano. O regime ilegítimo de Maduro minou as instituições da Venezuela, violou os direitos humanos e colocou em risco nossa segurança regional.”

Rubio não revelou como eles deixaram a embaixada, tampouco como foi seu trajeto até os EUA: ele apenas expressou sua “gratidão a todo o pessoal envolvido nesta operação e aos nossos parceiros que ajudaram a garantir a libertação segura desses heróis venezuelanos”.

Os opositores estavam no local desde o início de 2024. O Brasil pediu, em reiteradas oportunidades, que a ditadura de Nicolás Maduro concedesse o salvo conduto a todos, para que pudessem sair da Venezuela, um pedido diversas vezes negado. Nesta terça-feira, finalmente, os venezuelanos asilados saíram do país. Em Caracas, antes da confirmação de Rubio, havia rumores de que o grupo teria ido para Portugal.

No início, eram seis asilados. Um deles saiu em dezembro passado e faleceu em fevereiro deste ano. O governo ainda não fez comentários sobre o caso. Claudia Macero, encarregada de comunicação do partido de María Corina e que estava inicialmente na embaixada teria escapado há algumas semanas, algo que até agora não havia sido confirmado.

No X, María Corina Machado disse que foi uma “operação impecável e épica”.

“Meu infinito reconhecimento e gratidão a todos aqueles que tornaram isso possível. Libertaremos cada um dos nossos 900 heróis presos por esta tirania e 30 MILHÕES DE VENEZUELANOS!”, afirmou a líder opositora. “E com a Liberdade, virão mudanças irreversíveis para uma Venezuela de Prosperidade, Justiça e Paz!”

O que está bastante claro é que o Brasil não participou da operação de saída dos asilados, embora tenha mantido sua posição de custodiar os interesses da Argentina na Venezuela. Apesar de Maduro ter revogado unilateralmente a custódia cedida num primeiro momento ao Brasil, o governo insistiu em manter sua posição te continuar zelando pelos interesses argentinos, e, especialmente, pela segurança dos asilados na embaixada.

Em vários momentos em que os asilados foram assediados pela ditadura de Maduro, o Brasil interveio perante as autoridades venezuelanas para pedir que fossem mantidos os serviços básicos da casa. No ano passado, por intervenção do Brasil, foi obtida a autorização para instalar um gerador elétrico na residência argentina, que sofreu vários apagões.

Nesta terça-feira, o governo brasileiro não foi informado sobre a saída dos asilados. A falta de comunicação entre as autoridades venezuelanas e brasileiras reflete o péssimo momento da relação bilateral. A crise foi desencadeada pela decisão do Brasil de não reconhecer o resultado da eleição presidencial de 28 de julho do ano passado. Depois vieram outras crises, entre elas a falta de apoio do Brasil para que a Venezuela passasse a formar parte do Brics.

  • Contexto: Venezuela liberta 110 manifestantes presos em protestos contra reeleição de Maduro; número de detentos soltos ultrapassa 2 mil

Os presidentes Lula e Maduro estarão em Moscou esta semana, para celebrar o Dia da Vitória, que marca o 80º aniversário da vitória da União Soviética e seus aliados sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial. O ponto alto das comemorações será o tradicional desfile militar na Praça Vermelha, com a presença de 29 líderes mundiais.

Crédito: Link de origem

- Advertisement -

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.