Cromofobia, vestifobia, decidofobia, crometofobia. Os nomes são complexos, mas os efeitos aparecem em muitos guarda-roupas: medo de usar cores vibrantes, receio de errar no look, dificuldade em decidir o que vestir ou culpa ao gastar com moda. Essas fobias silenciosas, ainda pouco debatidas fora dos consultórios, têm impactado o estilo e a autoestima de muita gente, inclusive da influenciadora digital Cléo Souza, de 40 anos, que vive na Espanha, país referência em moda.
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Ao responder a um seguidor no Instagram sobre o motivo de nunca usar roupas mais ousadas, Cléo se viu diante de uma pergunta que parecia simples, mas revelou um padrão: até que ponto o medo dita o que escolhemos vestir?
O caso de Cléo é mais comum do que parece. Um levantamento da consultoria McKinsey & Company, feito em parceria com o portal “The Business of Fashion”, mostrou que 40% dos consumidores evitam tendências de moda por medo de julgamento social. O dado revela como inseguranças pessoais e questões emocionais vêm moldando o comportamento de consumo e a forma como as pessoas se relacionam com o vestir.
“No meu caso, eu sempre optava pelo preto ou bege, mesmo gostando de cores. Era como se eu me escondesse nas escolhas seguras, como quem tenta passar despercebida. Eu abria o guarda-roupa e, mesmo com várias peças, sentia que nada ali servia — não no corpo, mas na coragem. Ficava parada, olhando, sem saber o que vestir, com medo de parecer exagerada, de errar, de chamar atenção. Por mais que parecesse uma preferência estética, era medo mesmo”, conta Cléo, que hoje revisita cada peça com mais consciência emocional e menos julgamento.
“Demorei para entender que o medo me fazia parecer mais discreta do que eu realmente sou”, afirma Cléo. “Hoje, estou tentando desconstruir esse padrão. Morando na Espanha, percebi que há ainda mais expectativa sobre como você se apresenta, principalmente sendo mulher, latina e comunicadora. Escolher uma roupa colorida pode parecer simples, mas pra mim é um ato de coragem.”
Falar sobre medo na moda é também falar sobre consumo, expressão e identidade. A avalanche de tendências, a pressão por performar uma imagem e o bombardeio constante de referências estéticas podem transformar o vestir em um território de ansiedade e não de prazer.
“Hoje, a moda pra mim é um campo de experimentação e autoconhecimento. Mas só cheguei até aqui depois de reconhecer meus medos. E isso me fez perceber que o estilo não está só nas roupas, mas também no que você enfrenta pra usá-las”, conclui Cléo.
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