Artes performativas portuguesas em destaque no Uruguai

Portugal marcará presença na 5.ª edição da Feira de Artes Cénicas de Treinta y Tres, a decorrer entre 22 e 25 de maio. Reconhecido como um dos principais encontros dedicados às artes performativas no interior do Uruguai, o evento contará com a participação portuguesa através de dois espetáculos que exploram as possibilidades do teatro contemporâneo e da performance em formatos inovadores.

A primeira proposta portuguesa em cena, “Entrelinhas” (22 de maio), é interpretada por Tónan Quito e encenada por Tiago Rodrigues, uma das figuras mais destacadas do teatro europeu contemporâneo. Com um longo historial de colaborações, Rodrigues já escreveu diversas vezes para Quito, mas desta vez o desafio era outro: criar um texto original pensado para ser interpretado a solo. Porém, imprevistos inexplicáveis fizeram com que todos os prazos fossem ultrapassados. Foi nesse contexto, entre coincidências reais e elementos ficcionais, que nasceu “Entrelinhas”. O espetáculo transforma-se num retrato íntimo da complexa relação entre autor e intérprete, traçando uma linha ténue entre o real e o imaginário. Neste jogo de espelhos narrativo, cruzam-se excertos de “Édipo Rei”, de Sófocles, com cartas escritas por um recluso à mãe, redigidas nos espaços em branco de uma antiga edição da tragédia, descoberta na biblioteca de uma prisão.

A segunda obra, “Belonging” (23 de maio), é uma performance de Aliu Baio (músico guineense a viver em Portugal), com direção de Raquel André. Trata-se de uma viagem sensível por possíveis encontros com o sentimento de pertença. O espetáculo convida o público a descobrir pessoas, conhecer as suas histórias de vida e a explorar memórias carregadas de futuro. “Belonging” apresenta-se também como uma sessão de cinema performativo, onde a ideia de pertença é abordada através de imagens projetadas, música ao vivo e narrativa poética. A investigação sobre o mapeamento genético das populações humanas por meio de testes de ADN — e as questões éticas, políticas e sociais a ele associadas — contrasta com as narrativas íntimas e emocionais sobre o que significa pertencer. É nesse espaço simbólico e emocional que a performance constrói uma proposta artística feita de escuta, imagem e memória.

Ambos os espetáculos contam com o apoio da Direção-Geral das Artes (DGARTES).


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