País africano depende de navio português para vigiar as suas águas que podem passar a receber visitas de navios de guerra russos
O Governo português diz que “não está prevista qualquer alteração” à missão de ajuda militar a São Tomé e Príncipe, apesar do novo acordo militar com a Rússia assinado pela ex-colónia portuguesa.
O acordo com Moscovo, recebido com ceticismo pelas autoridades portuguesas (Presidente da República e Governo), prevê, por exemplo, a troca de informações secretas e a visita de aviões e navios de guerra russos às águas do país localizado numa zona estratégica do Atlântico, no Golfo da Guiné.
Sem qualquer navio de guerra, há seis anos que o mar de São Tomé e Príncipe é vigiado por um navio de guerra português, no âmbito de uma missão de cooperação que dura desde 2018, a que se juntou, já este ano, uma lancha rápida também enviada pela Marinha portuguesa chefiada pelo Almirante Gouveia e Melo.
Durante cinco anos a vigilância das águas deste país africano e formação dos seus militares foi feita pelo Zaire, um navio com mais de cinquenta anos, o que levantou críticas do Governo de São Tomé que em 2022 anunciou publicamente ter pedido a substituição por um navio mais recente.
Depois das críticas, em 2023, Portugal enviou para São Tomé e Príncipe um navio mais moderno, o Centauro, construído em 1999, que está hoje neste país africano com 37 militares, a fazer missões de formação e patrulha de águas que sem os meios portugueses dificilmente seriam vigiadas.
Agora, com o acordo assinado com a Rússia, a marinha portuguesa arrisca-se a conviver com a marinha Russa, com quem o chefe do Estado Maior da Armada, Gouveia e Melo, admitiu esta quarta-feira que têm existido “situações desagradáveis” durante vigilâncias em águas portuguesas, após o início da guerra na Ucrânia.
Fonte oficial do Ministério da Defesa português diz à TVI/CNN Portugal que a missão em São Tomé e Príncipe mantém-se, apesar do acordo militar deste país com a Rússia.
“No presente momento não está prevista qualquer alteração”, acrescenta o ministério agora liderado por Nuno Melo.
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