O último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde (MS) de Angola registou, até quarta-feira (26), quatro novos mortos e 117 casos de cólera, aumentando assim para 193 mortes e 5.336 infetados os números causados pelo surto da doença desde o início em janeiro passado.
De acordo com os dados disponibilizados pelo MS de Angola e veiculados na imprensa, dos 117 casos de cólera registados até quarta-feira, 80 foram notificados na província de Luanda, capital do país e epicentro da doença, que se espalhou por várias outras regiões com destaque para Icolo e Bengo.
Luanda foi a única província que registou óbitos nas últimas 24 horas, tendo no mesmo período recebido alta 91 pessoas e sido internadas outrs 198 com cólera.
Com a intensificação do período de chuvas em Angola, a Organização Mundial da Saúde (OMS) está a apoiar as autoridades angolanas no reforço das medidas de controlo, para impedir a propagação da doença e acabar com o surto.
A OMS destacou vinte equipas de resposta rápida para as províncias de Luanda, Bengo e Icolo, para realizarem a deteção e notificação ativa de casos, a realização de inquéritos rápidos sobre infeções, o tratamento de dados e a mobilização das comunidades para a adoção de medidas preventivas.
“Além da deteção ativa de casos, o Ministério da Saúde, com apoio da OMS, da Unicef, do Banco Mundial e do Comité Internacional da Cruz Vermelha, realizou uma campanha de vacinação reativa de cinco dias em janeiro deste ano, tendo vacinado mais de 900.000 pessoas.
Vale a pena salientar que foi também graças ao forte envolvimento da comunidade e aos esforços de sensibilização, que a campanha atingiu uma taxa de cobertura de vacinação de 99,5%”, segundo anunciou a Organização das Nações Unidas.
Fonte da OMS revela-nos a realização de uma visita de alto nível ao Bengo, liderada pela Ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, para avaliar os esforços em curso no combate à cólera.
A missão contou com a presença da Governadora do Bengo, Antónia Nelumba, da Ministra do Ambiente, Ana Carvalho, vários vice-ministros e parceiros internacionais, incluindo o Banco Mundial, CDC África, UNICEF e Cruz Vermelha.
O combate ao surto está a ser bem sucedido. Mas, desde o início do surto, em janeiro, Bengo registou um total de 1.810 casos e 71 óbitos, com uma taxa de letalidade de 3,9%.
Embora os números indiquem uma redução dos casos, as autoridades reforçam a necessidade contínua de vigilância, prevenção e envolvimento comunitário.
Refira-se que o surto de cólera em Angola foi confirmado pelas autoridades angolanas em 07 de janeiro deste ano. É uma doença infecciosa associada a más condições de higiene, saneamento deficiente e falta de qualidade da água.
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