Os Angolanos são instados a celebrar o jubileu dos 50 anos de independência num clima de profunda reflexão sincera e honesta face aos desafios políticos, sociais e económicos que o país enfrenta nos últimos anos.
Anastácio Sasembele – Luanda, Angola
Angola prepara-se para celebrar este ano, em 11 de novembro, o jubileu dos 50 anos de independência, por um lado, num clima de paz pelo calar das armas, e por outro, num clima de incerteza face as dificuldades sociais e económicas que muitos cidadãos enfrentam.
O ambiente político é cada vez mais tenso face às constantes divergências entre o MPLA, partido que governa o país desde a independência, e a UNITA, maior partido na oposição. Algumas clivagens chegam a pôr em causa o processo de reconciliação nacional em curso.
A despartidarização das instituições, o aprofundamento da democracia, a liberdade de imprensa, a corrupção generalizada, o nepotismo e o alto custo de vida constam dos desafios.
A Igreja de Angola através dos Bispos da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) propõe uma reflexão profunda à volta das celebrações do jubileu que deve servir, segundo os bispos, para fortalecer os laços entre os angolanos, independentemente das diferenças políticas, sociais e culturais, e evitar discursos de ódio que possam reabrir feridas do passado.
É neste espírito que a Igreja angolana vive desde o IV domingo da quaresma a jornada da reconciliação que culmina a 4 de Abril, dia da paz e da reconciliação entre os angolanos, rumo às celebrações dos 50 anos de independência.
O Padre Celestino Epalanga, Secretário da Comissão de Justiça, Paz e Integridade da Criação da CEAST, ressalta o facto do jubileu da independência ter coincidido com o jubileu da Esperança, por isso apela aos angolanos a um exame de consciência honesto e sincero.
E nesta segunda-feira, 31, o presidente angolano apelou a uma reflexão nacional sobre os 50 anos de independência. A declaração foi feita durante a abertura da primeira sessão ordinária do Comité Central do seu partido (MPLA).
No seu discurso, João Lourenço enalteceu o contributo dos angolanos na luta pela independência e destacou que o jubileu da República será celebrado com foco no desenvolvimento do país.
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