Executivo de seleções da CBF falou com exclusividade ao Lance!
Lance|Do R7

A chegada de Carlo Ancelotti ao comando da Seleção Brasileira inaugurou uma etapa no ciclo rumo à Copa de 2026. Pela primeira vez um técnico estrangeiro comanda o Brasil. E tudo isso chegando ao país em meio à disputa política na CBF e faltando menos de um ano para o Mundial. Para minimizar riscos e potencializar os resultados, o italiano conta com a presença constante de Rodrigo Caetano, que ajuda a fazer o ‘meio de campo’ para que Ancelotti e os jogadores tenham o máximo desempenho dentro de campo.
Discreto, mas influente, Rodrigo tem desempenhado um papel decisivo na transição que levou Ancelotti ao comando da Seleção Brasileira. Como executivo de seleções da CBF, foi dele a missão de abrir os caminhos para que o treinador italiano assumisse, ainda à distância, o projeto que a CBF espera culminar na conquista da Copa no próximo ano. Em entrevista exclusiva ao Lance!, o executivo conta como têm sido os dias desde que a entidade anunciou a contração do treinador europeu e os desafios daqui até o Mundial.
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— Desde o princípio da nossa chegada lá, nós fomos muito bem recebidos pelo Ancelotti. A nossa primeira reunião foi na casa dele. Então, mostra a forma receptiva dele conosco. Porque eu e o Juan estávamos lá em Madrid, representando a CBF, a Seleção Brasileira, para essa primeira conversa em relação ao trabalho. De lá para cá, realmente, mesmo antes dele chegar e ser apresentado, nós tínhamos conversas diárias. Porque de lá partiu a definição da lista larga. Tivemos mais alguns dias de debate, para depois finalizarmos. Mas, obviamente, que a lista final, ela teve a digital dele, do Ancelotti, sem dúvida alguma, foram escolhas dele, baseado naquilo que nós tínhamos sugerido. De uma lista larga de 60 nomes — explicou Rodrigo Caetano.
A Seleção, ao longo das últimas décadas, conviveu com diferentes perfis de treinadores, cujo grande desafio é lidar com jogadores de alto nível técnico, exigentes em relação à metodologia e à clareza das propostas. Segundo Rodrigo Caetano, Ancelotti reúne habilidade e qualidade para lidar com o desafio, mesmo com a pouca falta de tempo: desde que os jogadores se apresentaram, no domingo, foram apenas quatro sessões de treinamento e a partida diante do Equador.
— Ele é um treinador de muito diálogo com os atletas, diálogo individual. É a primeira vez também que ele trabalha com seleção, então tem que acelerar muito os processos. Mas o período aqui que eu estou na seleção, na época do Dorival [Júnior], também tinha as informações de vídeo, as reuniões coletivas, individuais. O processo de seleção requer isso, requer que a gente acelere esse relacionamento e essas informações. Agora, realmente, pelo tamanho dele, ele impõe uma autoridade sem ser autoritário, e as informações e as correções dele são muito objetivas. Mas ainda é muito cedo. Ele também está, ele próprio, aprendendo. E é utilizar esse período que estamos juntos para colocar a informação num nível que seja, vamos lá, aceitável por parte do atleta. Não pode ser nem de menos, nem de mais. Tem que encontrar esse equilíbrio — contou o executivo de seleções da CBF.
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Com um ciclo para a Copa do Mundo conturbado, em que o Brasil teve três técnicos e um interino durante as Eliminatórias Sul-Americanas, Rodrigo rejeita a ideia de que Ancelotti chega para “colocar ordem” na Seleção.
— Eles respeitavam o Dorival, como tenho certeza que respeitavam o Fernando Diniz, como tenho certeza que no período que o Ramon [Menezes, técnico do Sub-20] esteve aqui, idem. Os atletas que chegam na seleção, eles chegam sabendo da responsabilidade, são atletas de altíssimo nível cognitivo também. Não vejo por aí. Eu entendo que muitas vezes existe uma expectativa elevadíssima em relação a isso, em relação a querer encontrar o porquê que a seleção não fazia bons jogos. Mas eu acho que é aquela questão de encaixe. Muitas das vezes isso faz parte de um ciclo, se formos ver. Por exemplo, o Brasil foi campeão mundial, teve dificuldade num ciclo, e muitas vezes se encontra o caminho mais próximo da Copa. Eu espero que aqui ocorra. Mas respeitam o Ancelotti. Eu acho, pela função, pelo cargo. E, óbvio, também pela trajetória vencedora dele. Mas não que isso seja uma diferença absurda em relação aos outros — analisou.
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Mesmo após o empate sem gols diante do Equador, na estreia de Ancelotti, a confiança segue em alta. O Brasil busca uma vitória em casa para garantir sua classificação com duas rodadas de antecedência. A seleção ocupa a quarta posição nas Eliminatórias, somando 22 pontos.
Para isso, também é necessário que o Uruguai vença a Venezuela em Montevidéu. Os venezuelanos, que hoje estão na sétima colocação, ainda mantêm uma vaga na repescagem. Se o Brasil vencer, abrirá sete pontos de vantagem sobre a Venezuela, com apenas seis pontos restantes em disputa. Dessa forma, mesmo no pior cenário, a seleção brasileira não cairia abaixo da sexta posição, assegurando vaga direta para a Copa do Mundo de 2026.
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