“Como sou natural de Isesaki, na província de Gunma, desde pequeno convivi com muitas pessoas da América do Sul e sempre pensei que gostaria de ir um dia”, disse Koichi Kuwahara (40 anos, residente de Gunma), conhecido como Mr. Hug, que viaja pelo mundo dando abraços e compartilhando esses momentos nas redes sociais, quando visitou a redação do Diário Brasil Nippou no dia 21. Ele acabou de chegar ao Brasil e está iniciando uma viagem pela América do Sul para dar abraços gratuitos.
Com uma camiseta que dizia “Free Hug for Peace” (Abraço grátis pela paz) e segurando a bandeira do Japão e a do país em que se encontra, ele abre os braços. Aqueles que acham a ideia interessante se aproximam para abraçar. Ele filma esses momentos e os compartilha nas redes sociais, onde tem atraído bastante atenção.
O vídeo mais famoso foi gravado há 5 anos, em um protesto antijaponês na Coreia do Sul (
), que foi visto 5,19 milhões de vezes no YouTube e gerou 180 mil curtidas, além de grande repercussão. Nos mais de 20 mil comentários, muitas pessoas elogiam a coragem de Mr. Hug e das pessoas que o abraçaram, com mensagens como: “Esse japonês é incrível, mas os coreanos que o abraçaram são ainda mais incríveis” e “É emocionante ver até as pessoas mais teimosas da geração dos pais dando abraços”.
Quando questionado sobre como encontra tanta coragem, ele respondeu: “Naquela época eu não tinha medo de nada. Depois daquela experiência, senti que se consegui sobreviver a isso, posso enfrentar qualquer coisa. Agora, estou mais otimista”, disse com um sorriso. Quando fez isso em Nanjing, na China, foi levado à delegacia para ser interrogado, mas foi libertado depois de uma intervenção de um amigo chinês.
Até hoje, ele já visitou 36 países. Quando questionado sobre o que o motivou a começar esse projeto, explicou: “Originalmente, eu não tinha uma boa imagem da China e da Coreia do Sul. Eu achava que os chineses também não gostavam dos japoneses, mas quando fui até lá e fui tratado com tanta gentileza, fiquei chocado. Acho que muitas pessoas que nunca saíram do Japão têm a mesma visão. Então, pensei em como poderia mudar a percepção das pessoas sobre os estrangeiros e comecei a dar abraços”.

Ele acredita que “abraçar em um lugar onde abraçar não é uma cultura é a maior expressão de amizade”, e explicou: “Estou tentando ver que tipo de reação obtenho naquele país ao segurar a bandeira japonesa e parecer japonês genuíno e convidar as pessoas a me abraçar. Estou fazendo isso como um experimento social. Pensei que, ao fazer as pessoas assistirem a um vídeo disso, mesmo as pessoas que não estão familiarizadas com países estrangeiros seriam capazes de ter uma noção de como os países estrangeiros realmente são.”
Até agora, ele tem se concentrado principalmente em atividades na Ásia, mas também já esteve na Palestina, no Oriente Médio, na Ucrânia e na Rússia. Em novembro e dezembro do ano passado, ele esteve na África e agora começou sua jornada pela América do Sul. Até o final de maio, ele planeja visitar Paraguai, Argentina, Uruguai, Chile, Peru, Bolívia, Equador e Colômbia.
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