a tecnologia que redefine o poder militar na América do Sul

Em meio às crescentes tensões geopolíticas e aos conflitos armados em expansão, a América Latina começa a reposicionar suas capacidades de defesa. Brasil, Colômbia e Peru lideram uma transformação estratégica ao incorporar caças equipados com radares AESA — um salto tecnológico que pode mudar profundamente a dinâmica militar do continente.

O que é o radar AESA e por que ele muda tudo?

© Unsplash

O radar AESA (Active Electronically Scanned Array) é considerado o ápice da tecnologia de detecção aérea. Ao contrário dos radares tradicionais, que exigem o movimento físico da antena, o AESA direciona feixes eletrônicos de forma ultrarrápida e precisa.

Entre seus diferenciais mais importantes estão:

  • Detecção de múltiplos alvos com mais velocidade e alcance.
  • Operação eficaz em ambientes hostis, com baixa probabilidade de interceptação.
  • Capacidade de emitir em várias frequências, aumentando a furtividade e a sobrevivência do caça em combate.

O Gripen NG: o novo símbolo do poder aéreo regional

O Brasil é o primeiro país da América Latina a operar oficialmente o Gripen NG, caça sueco de geração 4.5+ fabricado pela Saab. Com radar AESA, sistemas de guerra eletrônica e arquitetura aberta para atualizações futuras, essa aeronave representa um avanço significativo para a Força Aérea Brasileira.

Com produção parcialmente local, graças à parceria com a Embraer, a frota brasileira deverá contar com 36 unidades no total. O Gripen NG pode operar com armamentos de última geração, incluindo:

  • Meteor: míssil de longo alcance, referência mundial em combate aéreo.
  • IRIS-T e AIM-9: mísseis de curto alcance.
  • Bombas guiadas por GPS e mísseis de precisão para alvos terrestres.

Peru mira o Gripen e amplia seu leque de opções

O governo peruano está em fase de aprovação parlamentar para adquirir 12 unidades do Gripen NG, com possibilidade de expandir esse número para 24. A Força Aérea do Peru também analisa outras opções com radar AESA, como o F-16 Block 70, dos EUA, e o Rafale F4, da França — ambos com capacidade de combate além do alcance visual (BVR).

Colômbia: pioneirismo e renovação tecnológica

A Colômbia foi pioneira na adoção de radares AESA na América do Sul, instalando o sistema israelense IAI Elta EL/M-2052 em seus caças Kfir C10. Essa tecnologia permite rastrear até 64 alvos simultaneamente, mesmo em ambientes eletronicamente hostis. Seus aviões também são equipados com mísseis Rafael I-Derby e I-Derby-ER, de médio e longo alcance.

Apesar disso, o país anunciou em abril de 2025 que irá substituir sua frota de Kfir pelo Gripen NG, também equipado com radar AESA e armamentos BVR. A aquisição foi confirmada pelo presidente Gustavo Petro, embora os detalhes sobre quantidade e armamento ainda não tenham sido revelados.

Um novo equilíbrio de forças no céu sul-americano

A entrada em operação de caças com radar AESA em Brasil, Colômbia e, possivelmente, Peru, marca um divisor de águas no panorama militar da América do Sul. Mais do que reforçar a defesa aérea, esses investimentos sinalizam uma preparação estratégica diante de um cenário global cada vez mais volátil.

Apesar de não representar uma escalada bélica direta, o movimento desses países mostra que a região busca se posicionar com maior autonomia tecnológica e dissuasão estratégica — em tempos de paz, mas com os olhos bem abertos para os desafios que o futuro pode trazer.

 

Fonte: El Cronista

 

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