A reação do Papa Leão XIV quando ex-presidente do Peru saiu da prisão após indulto

Recém-nomeado Papa Leão XIV, o americano Robert Francis Prevost era bispo de Chiclayo, no Peru, quando, em dezembro de 2017, o então presidente do país sul-americano,, Pedro Pablo Kuczynski, concedeu um perdão de Natal a Alberto Fujimori, ex-mandatário peruano que havia sido condenado, em 2009, a 25 anos de prisão. Diante de apelos por seus comentários, Prevost não abriu mão de emitir uma opinião e disse que Fujimori deveria pedir desculpas a cada vítima de sua gestão.

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“O ex-presidente Alberto Fujimori pediu desculpas de uma maneira quase genérica, reconhecendo apenas em termos gerais se alguém se sentiu ofendido”, disse, na época, a um grupo de jornalistas de Chiclayo, o líder religioso eleito nesta quinta-feira para ser o sucessor do Papa Francisco no comando da Igreja Católica. “Talvez, da sua parte, fosse mais eficaz pedir desculpas pessoalmente por algumas das grandes injustiças cometidas e pelas quais foi julgado e condenado”, comentou Prevost.

Fujimori foi eleito presidente do Peru em 1990. Dois anos depois, ele comandou um autogolpe contra os poderes Judiciário e Legislativo. O político governou até 2000, quando, afogado em acusações de corrupção e violações de direitos humanos, fugiu do país e se refugiou no Japão. Em 2005, numa visita ao Chile, foi preso e extraditado ao Peru, onde se viu condenado a 25 anos de cadeia por ordenar dois massacres que mataram 25 pessoas. As matanças foram realizadas por esquadrões da morte.

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As vítimas foram mortas devido a uma suposta ligação com o Sendero Luminoso, grupo extremista de orientação marxista acusado de realizar atentados. Mas, no julgamento dos assassinos, chegou-se à conclusão de que os mortos nos dois massacres não pertenciam a nenhuma organização terrorista.

Após o indulto, Robert Prevost também observou que Fujimori deveria se desculpar e, por meio de um diálogo genuíno e da verdade, reconhecer que a dor causada por ele a muitas famílias peruanas continuava forte e não poderia ser ignorada após a sua saída da prisão. “Então, não é tão fácil assim. Eu sei que parte do problema que o país vive é justamente por essa dor que muita gente ainda sente. O que queremos agora é um processo de reconciliação”, disse ele.

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Em outro momento, o então bispo de Chiclayo pediu aos manifestantes que foram às ruas contra o perdão de em 2017 que se expressassem pacificamente. “Devemos deixar de lado os argumentos e disputas políticas e buscar maneiras de fazer o país avançar. Este é um momento complicado; há muita divisão, muito conflito, e muitos se sentem decepcionados. devemos convocar todos a um processo de reflexão, para buscar a verdade, porque, infelizmente, a mentira também nos custa”.

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