O chefe de Estado são-tomense discursava em São Tomé, durante a cerimónia oficial de celebração Dia da Língua Portuguesa, que hoje se assinala.
“A celebração desta data atesta que a língua é indissociável da cultura, pois é precisamente através do repertório cultural dos países que compõem a CPLP, da literatura à música, passando pela arte, dança e gastronomia, que a língua portuguesa é promovida, conquistando o interesse pela sua aprendizagem além de fronteiras, em vários cantos do mundo e até nos mais recônditos lugares”, declarou Carlos Vila Nova.
O Presidente são-tomense, acrescentou que, paralelamente, “a língua portuguesa tem sido um bastão para a promoção da cultura dos países da CPLP”, admitindo que também “assume diferentes abordagens em cada um dos países, tendo em conta a diversidade do multiculturalismo próprios em cada um dos países da CPLP”.
São Tomé e Príncipe assume a presidência pro-tempore da CPLP até julho, o que segundo Carlos Vila Nova “tem-se revelado um exercício positivamente desafiador”.
No entanto, o chefe de estado, assegurou que o arquipélago “está ainda mais comprometido em trabalhar para o fortalecimento das relações comunitárias, através da consolidação do que é comum, da harmonização do que é diverso e do empenho para o encontro de soluções para os desafios existentes”.
“Não obstante os diversos problemas enfrentados pelo mundo, nas esferas da política, da religião e do ambiente, o mais importante é trabalharmos para o futuro. E o futuro depende das políticas direcionadas às crianças e jovens, pois delas depende sobremaneira o futuro da língua portuguesa e da cultura na comunidade”, acrescentou.
São Tomé e Príncipe acolhe neste momento a capital da Cultura da CPLP, de 3 a 7 de maio corrente, juntando-se ao Brasil, Cabo Verde e Angola.
Para Carlos Vila Nova, “trata-se de um evento que, para além de proporcionar uma ocasião para se refletir sobre os diversos aspetos que concorrem para a promoção da língua e a cultura na CPLP, tem por missão destacar a importância das manifestações culturais de São Tomé e Príncipe para a comunidade, considerando a reconhecida história e tradições que constituem o rico património cultural do país”.
“A nobreza deste ato encoraja-nos a investir ainda mais na cultura, uma vez que ela não é apenas uma fonte de entretenimento, mas sobretudo um fomento de criatividade, inovação, transformação e incentivo ao desenvolvimento e aperfeiçoamento das habilidades”, acrescentou.
A ministra da Educação, Cultura e Ensino Superior de São Tomé e Príncipe defendeu que que é relevante “congregar sinergias para a promoção da diversidade cultural e permitir uma maior aproximação entre os povos, estimulando o intercâmbio cultural e a difusão da criação artística e intelectual”, na CPLP.
Destacando o lema Juventude e Sustentabilidade que marca a presidência são-tomense da CPLP, Isabel Abreu defendeu o envolvimento dos jovens, realçando que “é crucial dar-lhes oportunidades de participação ativa e relevante de forma a promover a sua criatividade e expressão cultural incentivando-os a participar em projetos e eventos, espaços de debate criando ambientes inclusivos e acolhedores”.
O diretor geral da CPLP, Armindo Fernandes, sublinhou que a língua portuguesa é hoje falada por mais de 280 milhões de pessoas nos cinco continentes, sendo “um oceano de palavras que une culturas, continentes e histórias diversas”.
“É uma língua de afetos, de resistência e de criação e de diplomacia. É através dela que transmitimos saberes, expressamos sonhos, afirmamos as nossas identidades e exercemos os nossos direitos de cidadania. Neste contexto, a CPLP tem procurado consolidar uma visão estratégica para a cultura e a língua portuguesa, reforçando a sua internacionalização, a sua presença no espaço digital e a sua valorização enquanto ativo económico, social e simbólico”, defendeu Armindo Fernandes.
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