Assista aqui ao episódio completo do McKinsey Talks sobre o papel da capacitação como viabilizadora da transformação digital na indústria.
Um estudo global da McKinsey com 450 empresas mostrou que metade delas não conta com talentos habilitados para operar as novas tecnologias que elevariam a indústria ao próximo patamar de produtividade. Essa questão é considerada um obstáculo maior à implementação da agenda digital do que a falta de investimentos.
No novo episódio do McKinsey Talks, Jorge Cerezo, sócio da McKinsey e líder da Prática de Operações na América Latina, conversa com Henrique Dória, líder da área de Digital Factory da Unilever, sobre a Indústria 4.0 e o impacto positivo de investir no capital humano por meio de programas de treinamento e capacitação.
Confira abaixo alguns trechos da conversa e assista ao episódio completo aqui.
Indústria 4.0 – o que é e como implementar?
Jorge Cerezo: A Indústria 4.0, ou transformação digital na área industrial, é a principal jornada para atingir o próximo patamar de excelência operacional e envolve usar tecnologias com foco em incremento significativo de produtividade na indústria.
Para implementar a Indústria 4.0, o primeiro passo é identificar qual é a dor, a principal perda conectada com a estratégia. O segundo passo é determinar quais são as tecnologias – ou os casos de uso – que vão ajudar a eliminar ou mitigar essa dor. E o terceiro passo é definir quais são os habilitadores do sucesso dessa transformação.
Cultivar talentos internamente ou trazer reforço de fora – como decidir?
Henrique Dória: Já experimentamos muitos caminhos na Unilever. O modelo que tem dado bastante resultado nos últimos anos é o upskilling. E a IA generativa tem ajudado muito com isso, pois ela complementa as habilidades das pessoas. Quando você alia o conhecimento que o profissional tem do processo e da manufatura à IA generativa, você destrava um potencial gigantesco. Os resultados são excelentes.
Jorge Cerezo: Ao definir a jornada e os prazos dos seus casos de uso, você vai entender se é possível utilizar os talentos que você já tem em casa ou se é possível desenvolver neles as capacidades necessárias. Se a dor precisar ser resolvida muito rapidamente, você traz profissionais de fora ou estabelece alguma parceria de formação e desenvolvimento.
Metodologias de treinamento – quais são as mais eficazes?
Jorge Cerezo: As novas tendências de treinamento na Indústria 4.0 estão mais focadas no Field and Forum, que é a simulação do ambiente de trabalho. Assim, cada um consegue aprender, errar, ter feedback na hora. Hoje, temos recursos de realidade virtual e de machine learning que nos permitem simular o que o operador vai enfrentar no dia a dia dentro da fábrica. As evidências apontam que, com essa metodologia, entre 80% e 100% do conhecimento fica com as pessoas. Em comparação, apenas 10% do conhecimento é absorvido em metodologias tradicionais de apresentação com slides.
Henrique Dória: Nosso modelo preferido é o 70-20-10: você aprende 70% com a mão na massa, 20% com um mentor e 10% em treinamentos teóricos, que podem ser com um instrutor, em um módulo virtual, self-learning. Não existe uma solução boa para todo mundo. Cada pessoa tem sua demanda, com necessidades e experiências distintas. Ter um universo de opções que permita às pessoas se desenvolver no modelo mais adequado para elas é um dos melhores cenários possíveis.
Para saber mais, assista ao episódio completo do McKinsey Talks.
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