A atuação do Papa Leão XIV nas terríveis enchentes de Chiclayo, Peru

Após a eleição de Robert Prevost como Papa Leão XIV, sucessor do Papa Francisco, a excitação está se espalhando pelo mundo. O sentimento de sua amada cidade de Chiclayo, no Peru, onde viveu e trabalhou por muitos anos, é de infinita felicidade e total gratidão.

Na última quinta-feira, 8 de maio, quando o Vaticano anunciou “Habemus Papam“, as primeiras palavras do homem eleito como máximo representante da Igreja Católica foram dedicadas, em uma breve e muito emocionante mensagem, a Chiclayo, Peru, onde permaneceu por décadas desenvolvendo trabalho espiritual e também realizando ações concretas.

Gratidão e orgulho de Chiclayo pelo Papa Leão XIV

Embora Robert Prevost tenha nascido em Chicago, EUA, em 14 de setembro de 1955, seus quase 40 anos de serviço no Peru, particularmente na Diocese de Chiclayo, lhe renderam a identidade azul peruana. Não se trata apenas de um documento e cidadania peruana; ele se destacou por aliar seu trabalho espiritual na aldeia com ações concretas para ajudar a comunidade de Lambayeque.

Este religioso agostiniano passou a primeira parte de sua carreira clerical em sua cidade natal, trabalhando para aquela ordem, até ser enviado ao Peru como parte de sua missão. Ele serviu nas cidades de Piura, Chulucanas, Trujillo e Chiclayo de 1985 a 1986 e de 1988 a 1998, como vigário paroquial, funcionário diocesano, professor de seminário e administrador paroquial.

Foi então eleito Prior Geral da Ordem de Santo Agostinho, cargo que ocupou de 2001 a 2013. O Papa Francisco o nomeou Bispo de Chiclayo após seu retorno ao Peru em 2015, ano em que também adquiriu a nacionalidade peruana. Ele ocupou o cargo de 2015 a 2023, quando foi consagrado cardeal. Nomeado Prefeito do Dicastério para os Bispos e também Presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina, de janeiro de 2023 a abril de 2025.

Antes de partir para Roma, quando o Papa Francisco o nomeou cardeal em 2023, o Bispo Prevost lançou a campanha “Perú da la mano, unidos por Lambayeque“, com o objetivo de ajudar as vítimas das fortes chuvas que afetaram o distrito de Illimo.

A ajuda do Papa Leão XIV durante a estação chuvosa de 2022-2023 no Peru

Robert Prevost foi muito ativo em campanhas de assistência social para os afetados pela estação chuvosa de 2022-2023 no Peru, participando diretamente de atividades de resgate para a Diocese de Chiclayo.

A estação chuvosa peruana de 2022–2023 foi um fenômeno meteorológico que ocorreu de 1º de setembro de 2022 a outubro de 2023. Afetando principalmente a região costeira do país e, secundariamente, as regiões andina e amazônica, o período foi marcado por eventos como deslizamentos de terra resultantes de chuvas torrenciais que ocorreram no início de 2023.

O impacto de chuvas intensas, deslizamentos de terra, inundações e transbordamentos de rios prejudicou a saúde, as casas, as estradas, as plantações e, em alguns casos, até mesmo as vidas das pessoas mais vulneráveis.

A campanha “Perú da la mano“, uma iniciativa da Caritas Peru em colaboração com a RPP, buscou ajudar as famílias mais afetadas por enchentes e deslizamentos de terra no país. Esta campanha, lançada em 13 de fevereiro, arrecadou alimentos não perecíveis, materiais de construção, itens de higiene, roupas e calçados para as áreas afetadas.

Na tarde de 21 de fevereiro de 2023, chuvas torrenciais foram registradas, causando ainda mais danos graves a residências nas áreas de Manuel González Prada, San Juan II, Polvareda e Chumbenique, no distrito de Oyotún, em Chiclayo.

A estação chuvosa no Peru ganhou ainda mais atenção da mídia local e internacional quando um ciclone se formou na costa do país em 4 de março de 2023, ao qual o Serviço Meteorológico e Hidrológico Nacional do Peru (SENAMHI) deu o nome de Yaku, um fenômeno excepcional na história da meteorologia peruana.

Devido ao impacto das chuvas intensas, deslizamentos de terra e inundações, bem como à passagem do ciclone Yaku, diversas regiões do Peru foram afetadas, prejudicando a saúde, a moradia, as estradas, as plantações e, em alguns casos, até a morte das pessoas mais vulneráveis.

Em todo o país, mais de 246.000 pessoas foram afetadas e mais de 42.000 ficaram desabrigadas pelas fortes chuvas, de acordo com o INDECI. A Avaliação de Danos e Necessidades (EDAN) atingiu 53% em 13 de abril de 2023, portanto, presume-se que o número de pessoas afetadas e desabrigadas tenha sido muito maior à medida que os meses avançavam e novos episódios ocorriam.