Em outros tempos, a Guiné Equatorial teve uma das maiores produções de petróleo per capita do mundo, com capacidade para produzir 400 mil barris de petróleo bruto por dia, mas a má gestão deitou tudo a perder.
Há cerca de 20 anos, a Guiné Equatorial, graças ao seus recursos naturais, nos quais se inclui o petróleo, teve um Produto Interno Bruto (PIB) per capita mais elevado do a que Espanha e a maioria dos países do sul da Europa, avança o “El Economista“. Contudo, a má gestão do petróleo, a nível da indústria, e o esgotamento das jazidas, que existiam no país, levaram a uma recessão. Acresce que, em 10 dos últimos 12 anos, houve uma quebra da economia deste país africano, salienta a publicação espanhola.
O “El Economista” destaca que a Guiné Equatorial tinha uma das maiores produções de petróleo per capita do mundo, com capacidade para produzir 400 mil barris de petróleo bruto por dia, tendo uma população que mal chegava aos 1,6 milhões de habitantes.
A publicação espanhola relata que a Guiné Equatorial passou de um país de má reputação, na década de 1990, devido a violações dos direitos humanos e envolvimentos de funcionários governamentais em atividades criminosas, para um país com uma das economias que apresentava dos crescimentos mais rápidos do mundo, isto entre meados da década de 90 e o ano de 2004.
Para este crescimento contribuíram vários fatores. Em 1995 a Mobi, que depois se tornou a ExxonMobil, encontrou petróleo no campo de Zafiro e, em 1996, tinha começado com uma produção de 40 mil barris por dia.
A partir daí a produção de petróleo começou a crescer. Entre 1995 e 2004, realça o “El Economista”, passou-se de uma produção diária de dois mil barris para 400 mil. Já o PIB crescia a uma média de 41,6% por ano, entre 1997 e 2001, e subiu cerca de 20% em 2004.
O PIB per capita da Guiné Equatorial em paridade de poder de compra (eliminando a distorção gerada pelos preços) chegou aos 38 mil dólares, ultrapassando o PIB per capita de países como a Espanha, que na altura rondava os 33 mil dólares. Esta estatística não tem em conta que a desigualdade medida pelo coeficiente de Gini na Guiné Equatorial era quase duas vezes superior à de Espanha.
Mais tarde, a chegada da crise financeira, que se instalou no país em 2008, provocou uma descida do PIB per capita, abrindo um fosso de mais de 30 mil dólares per capita com Espanha.
O “El Economista” sublinha que, desde 2013, a Guiné Equatorial teve nove anos consecutivos de contração económica, a que se junta uma quebra na produção de petróleo.
A publicação espanhola acrescenta que as expetativas do Fundo Monetário Internacional (FMI) apontam para um colapso de 50% na produção de petróleo até 2028, a que acresce o anúncio da saída da ExxonMobil, em 2024, da Guiné Equatorial, que operava no campo de Zafiro, que tem enfrentado vários problemas de segurança.
A ExxonMobil salientou que, devido ao esgotamento que se está a fazer sentir nos depósitos petrolíferos, a extração de petróleo tem vindo a tornar-se mais cara, pelo que vai concentrar os seus investimentos em países como por exemplo a Guiana.
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