Protesto contra corrupção no Paraguai afeta trânsito entre Foz e Ciudad del Este – GDia

Cidadãos paraguaios de diversas cidades foram às ruas na manhã de ontem (25) para protestar contra a corrupção, a crise econômica e a precariedade na saúde e na educação básica, demonstrando grande desaprovação à gestão do presidente Santiago Peña.

Em Ciudad del Este, a ação reuniu representantes da Associação dos Horticultores de Alto Paraná, Associação dos Oficiais Menores, além de universitários, garçons, trabalhadores das vias públicas e dos transportes, entre outros. Um palanque foi montado na Rotatória Reloj, onde lideranças discursaram sobre as dificuldades enfrentadas pela população.

Entre os participantes estava o prefeito Miguel Prieto, que defendeu o protesto e criticou a suspensão de uma licitação municipal para a compra de cadeiras e carteiras escolares. “O povo está cansado. Aqui estão camelôs, comerciantes, caminhoneiros. Todos têm algo para reivindicar”, declarou.

A passagem pela Ponte Internacional da Amizade não foi interrompida, mas o trânsito ficou lento na fronteira, com registro de diversos pontos de bloqueios em algumas das principais ruas e avenidas de CDE, com destaque para a Rotatória Oásis e a Rotatória Monalisa.

Longas filas se formaram entre as aduanas e alguns motoristas chegaram a dar uma pausa no trabalho, evitando a travessia por algumas horas. Turistas e moradores que precisaram realizar a travessia tiveram de dispor de paciência extra nessa terça-feira, mas apesar dos transtornos, a mobilização ocorreu sem incidentes.

Além de Ciudad del Este, também houve registro de mobilizações em Presidente Franco, onde grupos bloquearam a ponte sobre o Rio Monday; e Minga Guazú, com paralisações na interseção das rodovias PY02 e PY06. Também ocorreram protestos na região do Lago de Itaipu, em cidades como Itakyry, San Alberto e Mbaracayú.

A polícia do Alto Paraná acompanhou as mobilizações de perto. Segundo o diretor da corporação, general Crio Feliciano Martínez, a ordem era garantir a segurança e evitar confrontos. “Desde o início estamos apelando para o diálogo com as lideranças”, afirmou.

Outras marchas estão previstas para esta quarta e quinta-feira (26 e 27), em municípios diversos do Paraguai e devem mobilizar, principalmente, idosos e trabalhadores rurais, que lutam pelo direito à aposentadoria adequada e garantia de direitos assistenciais.

 

Reivindicações

Na lista de reivindicações, os paraguaios destacam os aumentos no custo de vida no país, a precariedade no mercado de trabalho, o descaso com os hospitais e com a saúde em geral, corrupção, especialmente voltada à cobrança de propina de trabalhadores; falta de estrutura nas escolas e alimentação adequada para os estudantes, falta de assistência aos idosos e trabalhadores rurais e desvio de verbas.

“Deixem o povo de Ciudad del Este trabalhar em paz. Quem não sabe que a alfândega é uma agência de arrecadação de impostos para o presidente no poder? E todo mundo está lutando para vir para Ciudad del Este. Por quê? Para tirar dinheiro dos trabalhadores pobres, para arrecadar a renda do fim de semana e enviá-la para Assunção”, denunciou o prefeito Miguel Prietto.

Além disso, jovens que estudam no Paraguai também ressaltaram sobre a precariedade no transporte público, com tarifas altas e veículos sem condições de rodar, e aumento da insegurança.

“Tudo isso sem desconsiderar as reivindicações de nossas companheiras, que denunciam diariamente o aumento da violência contra as mulheres e a falta de ação do Estado para garantir uma vida livre para este público, destacou um estudante.

 

  • Da redação
  • Fotos: Abc Color

 

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