Peritos relatam repressão severa e crimes contra a humanidade na Venezuela

A Missão de Apuração dos Fatos sobre a Venezuela afirmou que o governo do país continua a realizar ações que constituem crimes contra a humanidade.

O grupo apresentou um relatório ao Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, listando uma série de perseguições com motivação política que foram cometidas em relação a crimes de detenção ou de privação severa da liberdade física e outros delitos.

Somente em 15 dias houve 84 prisões

A Missão reportou detenções arbitrárias de opositores do governo venezuelano, defensores de direitos humanos e jornalistas.

Segundo fontes fora do governo, foram documentadas 42 prisões entre setembro e dezembro do ano passado. Somente nos 15 primeiros dias deste ano, o número dobrou para 84. Os peritos em direitos humanos revelam que alguns desses casos podem ter sido de desaparecimentos forçados.

A presidente da Comissão, Marta Valiñas, afirma que o Governo da Venezuela continua “orquestrando uma repressão severa contra pessoas que encara como opositoras ou simplesmente porque elas discordam” do regime do presidente Nicolás Maduro e outras autoridades venezuelanas.

Conselho de Direitos Humanos/Marie Ba

Marta Valiñas, presidente da Missão de Apuração dos Fatos sobre a Venezuela

Autoridades consulares sem acesso a estrangeiros

Um outro ponto de preocupação é o número de estrangeiros detidos.  Foram pelo menos 150 acusados de participar de conspirações contra o governo. O paradeiro deles é desconhecido de suas famílias e de autoridades consulares de seus respectivos países.

Os esforços diplomáticos para tentar se comunicar com os detentos estão sendo ignorados pelo governo de Maduro. Um outro perito da Comissão, Francisco Fox, disse que os presos estão sendo mantidos sem comunicação o que viola as leis internacionais.

Sobre a violência que ocorreu após as eleições, em julho de 2024, no estado de Aragua, a Comissão disse que sete pessoas foram mortas.

Tiros partiram de dentro do quartel, diz Comissão

Os peritos confirmaram que os tiros contra os manifestantes partiriam de dentro do quartel militar e sem nenhum aviso prévio.

Três generais que participavam da operação para controlar a ordem pública e dois oficiais seniores estavam dentro das instalações militares de onde saíram os disparos.

A perita Patricia Tappatá que fez essa afirmação disse que o Estado deve investigar o incidente e levar os responsáveis à justiça.

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