Sociedade civil guineense quer juntar atores políticos para busca de consenso  


Segundo Fodé Caramba Sanhá, que liderou uma delegação de organizações da sociedade civil que foi recebida em audiência pelo Presidente da República, a garantia foi dada por Umaro Sissoco Embaló nesse encontro, que decorreu no âmbito da busca de aproximação entre a classe política desavinda.


De acordo com o presidente do Movimento Nacional da Sociedade Civil, plataforma que junta mais de 100 organizações guineenses, o chefe de Estado disse estar disponível para esse “djumbai” (encontro informal) desde que seja organizado pela sociedade civil.


“Será um encontro para apaziguar os corações e criar condições para que não haja dúvidas sobre o processo eleitoral, criando condições para que haja uma tranquilidade governativa”, declarou.


Segundo Sanhá, o Presidente disse que, assim que as organizações da sociedade civil alcancem acordos de princípio de todos os atores políticos, poderá ver a sua agenda para se fixar uma data para o encontro.


“Obtivemos do Presidente da República a garantia, a disponibilidade firme para qualquer momento desde que se faça um alinhamento com a sua agenda em termos de datas”, acrescentou.


O Movimento tem-se reunido com as forças políticas guineenses e já se encontrou, por diversas vezes, com o chefe de Estado.


A classe política guineense tem estado desavinda, sobretudo quanto à data da realização de eleições legislativas e presidenciais.


A oposição ao Presidente defende que as legislativas antecipadas deveriam ter tido lugar em meados do ano passado, depois da dissolução do parlamento e demissão do Governo eleito em junho de 2023 no final desse ano, e as presidenciais em novembro de 2024, quando passaram cinco anos sobre a eleição de Sissoco Embaló para o atual mandato.


O chefe de Estado marcou as duas eleições para o dia 23 de novembro próximo, numa iniciativa que a oposição considera inconstitucional, alegando que o seu mandato de cinco anos terminou no dia 27 de fevereiro passado, uma vez que tomou posse a 27 de fevereiro de 2020.


Uma missão de mediação da Comunidade Económica de Países da África Ocidental (CEDEAO) esteve em Bissau no final de fevereiro na tentativa de aproximar a classe política sobre o calendário eleitoral.


Contudo, o Presidente guineense expulsou a missão de Bissau com a alegação de que ultrapassou os limites do seu mandato ao reunir-se com setores da oposição sem que isso tivesse sido combinado com as autoridades.

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