quem pode quebrar a hegemonia?

O sorteio da fase de grupos da Libertadores de 2025 acontece nesta segunda-feira (17), na sede da Conmebol, em Luque, no Paraguai. Nos últimos seis anos, os clubes brasileiros empilharam taças, construíram uma dominância e diminuíram a diferença de títulos para os times argentinos (25 a 24), que antes era de 25 a 18. Na atual temporada, algumas equipes surgem como possíveis concorrentes para acabar com a hegemonia dos brasileiros no torneio continental.

Mas para Bruno Garces, jornalista especializado em futebol sul-americano, existem alguns desafios para que os estrangeiros consigam superar os brasileiros.

– Pela diferença técnica que existe na maior parte das vezes, os brasileiros dominam os jogos, com altos índices de posse de bola, sempre encurralando os adversários. Muitas vezes essa não é a característica dessas equipes, elas sofrem por essa diferença de qualidade – pontuou.

Além disso, outra dificuldade enfrentada pelos times do continente é a perda de jogadores. Além do mercado europeu, os sul-americanos sofrem com a concorrência do futebol brasileiro, que possui uma capacidade de investimento maior do que a dos outros países.

Quem hoje pode desafiar o domínio brasileiro?

Último time não brasileiro a ganhar a competição continental, o River Plate é visto como o principal concorrente dos brasileiros na temporada atual. Os Millonarios reforçaram um elenco que já era considerado muito robusto, e, apesar de oscilar, há uma grande expectativa nesse grupo de jogadores. Montiel, Martínez Quarta e Enzo Pérez, que já são conhecidos dos torcedores do River, ainda buscam uma adaptação após retornarem ao clube.

– Acho que, além de ter um grupo muito forte, existe uma margem de evolução muito grande. Ainda não vimos o Gallardo chegar nem à metade daquilo que fez em outros momentos. Quando ele encontrar o equilíbrio necessário, vejo que será um adversário muito difícil de ser batido e que pode, sim, buscar o título – comenta Garce.

O River Plate tem um elenco no nível dos principais clubes brasileiros, e isso permite que a equipe não precise se moldar ao estilo dos adversários.

Atual campeão da Sul-Americana e da Recopa, o Racing é outro que aparece como um dos postulantes a desafiar o domínio dos brasileiros. Apesar de não ter se reforçado tanto, o elenco é considerado bom e tem muita experiência em competições internacionais.

Com a saída de Quintero, um dos principais jogadores na campanha da temporada passada, foi contratado o argentino Matías Zaracho, que vem desempenhando um bom papel no time.

Um dos pontos que mais chama a atenção é a capacidade de competir fora de casa, algo muito determinante em jogos de copa.

– Essa equipe mostrou de maneira mais contundente o que pode fazer no segundo jogo da Recopa contra o Botafogo. Um campo difícil, um adversário qualificado e, mesmo assim, competiu de igual para igual, não se intimidou em momento algum – diz Garces.

Campeão colombiano em 2024, o Atlético Nacional tem um modelo de jogo rápido, com muita força física e capacidade de resistir à pressão dos adversários.

É visto como camaleão, que pode jogar de diferentes formas e surpreender os adversários. O elenco é considerado bom, com muitas opções para as variações que o modelo de jogo apresenta.

O atacante Alfredo Morelos, emprestado pelo Santos aos colombianos, se encontrou e tem sido fundamental para o funcionamento da equipe. Outro que se destaca é o lateral-direito Andrés Román, que consegue ser um bom escape para a time e uma peça importante defensivamente.

Único clube do Equador a conquistar a Libertadores, o clube vem construindo uma base sólida desde o último ano e figura como um possível concorrente. É um time rápido, que mescla juventude e experiência e consegue competir, principalmente nos jogos em casa.

O que pesa contra os equatorianos é a falta de “casca” neste tipo de competição. Os jogadores do atual elenco não têm tanta experiência, e isso pode atrapalhar nos momentos decisivos.

– É um grupo que tem muita capacidade, que usa muito bem a velocidade e tem um plantel equilibrado. Se fizer uma boa primeira fase, pode entender melhor como funciona a competição e aliar toda essa competitividade a uma maturidade maior e, com toda certeza, incomodar bastante – explica Garces.

Considerado o time que fez a janela mais agressiva entre os argentinos, o Estudiantes chega para tentar conquistar a Libertadores na atual temporada. Houve um investimento em jogadores para ter uma clara proposta de jogar nos contra-ataques e ser letal nas ações ofensivas.

Ainda é visto como oscilante e que precisa de uma constância maior, mas há uma grande expectativa de que nos momentos decisivos aconteça um crescimento. Além disso, é considerada como “cascudo” e “preparado” para disputar competições de mata-mata.

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