Trio acusado de integrar quadrilha que roubava veículos e enviava para o Paraguai é absolvido – Segurança
A Justiça do Ceará decidiu absolver três acusados de integrar uma quadrilha desarticulada no ano de 2016, enquanto roubava veículos e enviava para o Paraguai. Conforme a decisão proferida em fevereiro deste ano e publicada no Diário da Justiça Eletrônico do último dia 6, não há provas suficientes para condenar os réus Francisco Clemilton da Rocha Bernardino, Bruna Rodrigues Batista e Francisco Rafael Alves da Silva, o ‘Rafael Xilito’
Os magistrados da Vara de Delitos de Organizações Criminosas consideraram que “em relação aos crimes de receptação qualificada, associação criminosa armada e adulteração de sinal identificador de veículo, diante da insuficiência de provas que emerge dos autos, impõe-se a absolvição dos acusados”.
Consta na decisão que os juízes concluíram pela “total ausência de provas”. O processo foi desmembrado com relação ao quarto acusado, Rodrigo Morais da Silva. As defesas dos réus não foram localizadas pela reportagem.
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COMO O ESQUEMA FUNCIONAVA
Em 2016, a Polícia Civil divulgou que um laboratório de adulteração de veículos de uma das maiores quadrilhas que agia no Ceará foi desarticulado durante operação da Delegacia de Roubos Furtos de Veículos e Cargas (DRFVC). Segundo a Polícia, o bando tinha integrantes no Ceará, Pará, Rio Grande do Norte e São Paulo. Além disto, enviava carros ‘clonados’ para fora do País, a exemplo de uma Land Rover Evoque, que foi mandada para o Paraguai em troca de armas e drogas.
O primeiro a ser preso foi Clemilton. Os policiais vinham investigando membros da quadrilha de ‘Rafael Xilito’ e receberam informações de que Bruna estava no Aeroporto Internacional de Fortaleza aguardando a chegada de um material encomendado.
O material seria levado a um sítio no Eusébio, usado pelo grupo para guardar e adulterar os veículos roubados. Policiais foram ao local e localizaram Clemilton. No sítio “encontraram ainda grande quantidade de material destinado para adulteração de veículos, tais como tintas, cola, etiquetas adesivas, placas automotivas, tarjetas de placas automotivas, lixadeira, ácidos, lixas e secador”, diz trecho da denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE).
Na época, o delegado titular da DRFVC disse que o ácido usado para remarcar os veículos custa até R$ 4 mil, um frasco com cerca de 100ml. Os documentos clonados eram transportados nos voos comerciais.
Quando a operação foi deflagrada, havia informações que outros carros já tinham sido enviados para o Paraguai, a exemplo de uma Pajero, que capotou no meio do caminho. A ideia era trocar os veículos por armas e drogas na fronteira.
“Era uma quadrilha extremamente bem organizada. Eles têm grupos divididos para desempenhar cada função. Quando um veículo era roubado rapidamente eles conseguiam clonar, porque cada pessoa trabalhava em um serviço específico”, disse Fernando Cavalcante, então delegado da especializada.
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