“As más ligações, a baixa penetração da Internet, as falhas de eletricidade, os elevados custos dos serviços de navegação com velocidades aceitáveis e, o que é muito alarmante, o bloqueio deliberado e seletivo de sítios Web, incentivam a censura na Venezuela“, referiu na quarta-feira VESF em comunicado.
Entre janeiro de 2016 e janeiro de 2025, indicou a ONG, foram registados 1.335 casos de bloqueio de páginas da Internet, dos quais 949 continuam ativos, impedindo o acesso a 134 “websites”, 60 deles de meios de comunicação social.
A VESF disse ainda que existem “sites” com mais do que um endereço, como estratégia para diversificar o acesso e tentar contornar a censura.
“Estes bloqueios constituem restrições graves ao exercício dos direitos humanos, nomeadamente à liberdade de expressão e ao acesso à informação. Os bloqueios, assim como a perseguição de cidadãos que expressam as suas ideias em plataformas digitais, são também um exemplo crítico da redução e da censura do espaço cívico digital“, referiu.
O comunicado assinalou a celebração do Dia Mundial contra a Censura na Internet, defendendo que os números evidenciam a política continuada do Estado de restringir o direito à informação e o acesso às novas tecnologias que permitem aos cidadãos evoluir e ligar-se ao mundo.
“Trata-se de janelas de informação, entretenimento, pesquisa e comunicação a que os venezuelanos não podem aceder regularmente, devido ao bloqueio de operadores de Internet públicos e privados que seguem diretrizes governamentais que, por sua vez, violam mandatos expressos de respeito pelos direitos humanos“, lê-se no documento.
“A VESF reitera que os bloqueios da Internet são uma violação dos direitos humanos e, no caso da Venezuela, o acesso à informação é fundamental devido à complexa dinâmica política e social que o país atravessa, assim como à censura e ao enfraquecimento dos meios de comunicação tradicionais“, conclui.
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