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Uma portuguesa luta há quase oito meses na justiça para poder recuperar os dois filhos de dois e cinco anos, levados pelo pai para Lima no Perú sem qualquer aviso. Em entrevista à SIC, a mulher queixa-se de falta de ajuda do Estado português e avisa que as crianças estão a ser vítimas de uma enorme violência psicológica.
Com mestrado em políticas públicas na universidade de Harvard nos Estados Unidos, Ana é subdiretora numa das maiores plataformas de emprego na Europa. Vivia em Madrid com o marido e os filhos até julho do ano passado.
O pai das crianças de dois e cinco anos, sem qualquer consentimento da mãe das crianças, conseguiu um voo até Lima, no Peru, e Ana perdeu o rasto aos filhos.
Com posses financeiras e influente no Peru, onde nasceu, o marido conseguiu a guarda provisória das crianças convencendo o tribunal que a mãe sofre de problemas psicológicos e que representa um perigo para as crianças. No entanto, a saúde mental de Ana nunca foi alvo de qualquer perícia médica.
“Eu tive dois episódios de depressão, um em 2009 e outro em 2015. Que foram acompanhados por profissionais e tratados. O meu marido agarrou-se disso para dizer uma quantidade de mentiras e para manipular e falsificar informação”, afirma.
Desesperada, Ana mudou-se para o Peru sozinha à procura apenas de poder ser mãe. Já perdeu a conta às mensagens que enviou ao ainda marido e não obteve resposta.
Através do Convenção de Haia avançou, entretanto, com um processo internacional para recuperar as crianças. Em oito meses, foram as raras vezes que conseguiu ver as crianças, ambas com dupla nacionalidade. Diz que são vítimas de violência psicológica.
Criou páginas na internet a pedir ajuda e até contactou o Estado português, mas sem sucesso. Este mês chega ao fim a licença de maternidade e Ana ficará desempregada. Mesmo com as poupanças de uma vida a chegarem ao fim, prefere perder o trabalho em Madrid e continuar no Peru a lutar pelos filhos.
“São meus filhos, são a minha vida. Enquanto eu tiver forças para ficar de pé, eu vou continuar a lutar por eles”, frisa.
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