CRISE POLÍTICA AO MINUTO | Pinto Luz diz que “responsável pelo país ir a eleições é o PS” e acusa Pedro Nuno de populismo
A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, disse este domingo que o país já não tem primeiro-ministro, afirmando que Luís Montenegro escolheu a sua empresa e os seus interesses e perdeu a legitimidade.
“A notícia que vos trago do continente é que já não temos primeiro-ministro. Temos um político a lutar pela sua sobrevivência, temos um político a lutar pelo poder político”, afirmou Mariana Mortágua, considerando que o PSD nacional, tal como na Madeira, “governa para os interesses imobiliários e contra o povo”.
Mariana Mortágua falava para dezenas de militantes e apoiantes da candidatura do Bloco de Esquerda às eleições antecipadas de 23 de março na Madeira, encabeçada por Roberto Almada, no decurso de um almoço-comício no concelho de Câmara de Lobos, no primeiro dia da campanha oficial.
Antes de abordar o cenário regional, a líder bloquista analisou a atual crise política nacional, com debate na próxima terça-feira de uma moção de confiança apresentada pelo Governo minoritário PSD/CDS-PP, que tem chumbo anunciado, já que PS e Chega não a viabilizarão.
A crise política teve início em fevereiro com a publicação de uma notícia, pelo Correio da Manhã, sobre a empresa familiar de Luís Montenegro, Spinumviva, detida à altura pelos filhos e pela mulher, com quem é casado em comunhão de adquiridos, – e que passou esta semana apenas para os filhos de ambos – levantando dúvidas sobre o cumprimento do regime de incompatibilidades e impedimentos dos titulares de cargos públicos e políticos.
“Nós já não temos um primeiro-ministro, porque esse primeiro-ministro perdeu a sua legitimidade. Ninguém a tirou, ninguém a roubou, ele perdeu-a sozinho e não há mais ninguém, não há mais uma alma que possa ser responsabilizada por isso, que não o próprio primeiro-ministro”, disse Mariana Mortágua.
O líder bloquista considera que Luís Montenegro escolheu “a sua empresa e os seus interesses” e não tem condições para continuar a chefiar o executivo, optando pela “vitimização constante” e por uma “fuga para as eleições”.
“A moção de confiança é uma escolha do primeiro-ministro para uma fuga para a frente”, disse, para logo reforçar: “As eleições são uma escolha do primeiro-ministro para uma fuga para frente e só há uma razão para isso: é que o primeiro-ministro não é primeiro-ministro. Luís Montenegro não é primeiro-ministro, Luís Montenegro é um político a lutar pela sobrevivência e a arrastar o país na sua luta pelo poder.”
Marina Mortágua apresentou, depois, as razões que levam o partido a votar contra a moção de confiança, sendo a primeira o facto de não confiarem no primeiro-ministro e a segunda por considerarem que “o Governo olha para o país com os olhos de uma grande empresa”.
“Isto não quer dizer que seja crime, mas é errado politicamente”, afirmou.
Mariana Mortágua considerou que a governação social-democrata valoriza o lucro e não se preocupa com os aspetos sociais, dando como exemplo o elevado preço das casas, em particular no Funchal.
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