Racismo: Jogador chora ao falar de atos racistas no Paraguai

Torcedores do Cerro Portenho fazem imitação de macaco e geram revolta. Veja o vídeo

Na última quinta-feira (6), um episódio lamentável de racismo manchou a partida entre Palmeiras e Cerro Porteño pela Libertadores Sub-20, realizada no Paraguai. O atacante Luighi foi alvo de ofensas racistas por parte de um torcedor do time adversário, que imitou um macaco em sua direção. Além disso, integrantes da torcida cuspiram na direção do jogador. Visivelmente abalado, o atleta deixou o campo chorando e fez um forte desabafo em entrevista após a partida, cobrando uma postura mais firme da Conmebol e questionando a abordagem do repórter que lhe perguntou sobre o jogo sem mencionar o ataque racista.

O desabafo de Luighi

Indignado, Luighi reagiu imediatamente ao ser questionado sobre a partida:

“Não, não. É sério isso? Vocês não vão me perguntar sobre o ato de racismo que ocorreu hoje comigo? É sério? Até quando vamos passar por isso? Me fala, até quando? O que fizeram comigo é crime, não vai perguntar sobre isso?”.

O jogador também cobrou providências da Conmebol e da CBF sobre o caso: “A Conmebol vai fazer o que sobre isso? Ou a CBF, sei lá. Você não ia perguntar sobre isso, né? Não ia. É um crime o que ocorreu hoje”.

Palmeiras promete tomar medidas legais

O Palmeiras manifestou apoio total ao seu jogador e garantiu que buscará a punição do responsável até as últimas instâncias. Jogadores do elenco profissional, como Marcos Rocha, Weverton e Allan Elias, compartilharam mensagens de solidariedade nas redes sociais.

Diversos clubes rivais também se posicionaram contra o ocorrido, incluindo Corinthians e São Paulo, além de equipes de outros estados. Jogadores de outras equipes, como Rony (Atlético-MG), Dudu (Cruzeiro), Felipe Melo (aposentado), Oscar (São Paulo), Richarlison (Tottenham) e Vini Jr (Real Madrid), também se manifestaram.

Leila Pereira exige punição ao Cerro Porteño

A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, se pronunciou na sexta-feira (7), exigindo a exclusão do Cerro Porteño da competição e criticando a postura do árbitro, que não interrompeu a partida no momento do ataque racista:

“Ele não cumpriu com uma determinação da Fifa”.

Ela destacou que o clube paraguaio já esteve envolvido em casos semelhantes em 2022 e 2023. No primeiro, torcedores imitaram macacos para a torcida palmeirense. No ano seguinte, atletas foram chamados de macacos, e Bruno Tabata, ao revidar a agressão, foi suspenso por quatro meses.

Leila também afirmou que está trabalhando com os advogados do Palmeiras e a CBF para definir quais medidas legais podem ser tomadas contra o Cerro Porteño, podendo resultar na exclusão da equipe do torneio. A dirigente tentou contatar Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol, mas não obteve resposta.

“A Conmebol está sendo muito displicente em relação a esses fatos”, declarou.

Mobilização contra o racismo no futebol

O caso de Luighi reforça a necessidade de medidas mais rígidas contra o racismo no futebol. A impunidade de episódios anteriores mostra que apenas multas ou suspensões brandas não são suficientes para coibir esses crimes. O Palmeiras, clubes rivais e atletas exigem uma resposta rápida e contundente da Conmebol para que novos episódios não voltem a acontecer.

O futebol deve ser um espaço de respeito e igualdade, e a luta contra o racismo precisa ser levada a sério por todas as entidades envolvidas no esporte.

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