CEDEAO deixa Bissau, após ameaças de Sissoco Embaló – DW – 02/03/2025

A situação é descrita numa nota preparada para a imprensa e assinada pelo embaixador Bagudu Hirse, chefe da missão de alto nível da CEDEAO que, entre 21 e 28 de fevereiro, ouviu partidos e sociedade civil em busca de umasolução para a crise política e realização de eleições na Guiné-Bissau.

Sissoco ameaça missão

A missão partiu de Bissau na madrugada deste sábado (01.03), “na sequência de ameaças de S.E (Sua Excelência) Umaro Sissoco Embaló para expulsá-la”, lê-se no documento.

O Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, encontra-se fora do país desde terça-feira, para uma visita de Estado à Rússia, com passagem pelo Azerbaijão, Hungria e França.

Antes de viajar, o chefe de Estado recebeu a missão da CEDEAO, que se deslocou a Bissau “sob a diretiva da autoridade dos chefes de Estado e de Governo” da Comunidade, como se lê na declaração final.

Na resenha feita, a missão dá conta de que foi recebida em audiência pelo Presidente guineense e realizou consultas com um vasto leque de intervenientes nacionais, incluindo autoridades, intervenientes políticos, entidades de gestão eleitoral e representantes da sociedade civil, bem como parceiros bilaterais, regionais e internacionais.

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“A missão tomou nota das questões e preocupações levantadas pelas partes interessadas durante as consultas e elogia o compromisso de todas as partes interessadas no diálogo político para promover um amplo consenso sobre um roteiro para a condução das eleições legislativas e presidenciais em 2025”, refere.

Projeto para realização de eleições

O documento revela que foi preparado “um projeto de acordo sobre o roteiro para a realização das eleições legislativas e presidenciais em 2025” e que a missão “começou a apresentá-lo às partes interessadas para aprovação”.

A missão apela ainda “a todas as partes interessadas e cidadãos para que continuem a manter a calma e a defender a paz e a tranquilidade no país”.

Ouvida pela CEDEAO, a oposição impôs condições para o diálogo com vista à marcação de eleições, nomeadamente que seja reposta a comissão permanente da Assembleia Nacional Popular e que seja esta a conduzir o processo.

A missão da CEDEAO decorreu na semana em que a oposição diz que expirou o mandato do Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, que completou cinco anos na presidência a 27 de fevereiro.

A delegação já se encontrava em Bissau quando o chefe de Estado anunciou que vai marcar para 30 de novembro eleições gerais, legislativas e presidenciais.

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