Segundo o historiador finlandês Hannu Salmi, em “Imagined Germany: Richard Wagner’s National Utopia” (“Alemanha imaginada: a utopia nacional de Richard Wagner”, sem edição brasileira), Förster estava convencido de que esse sonho não era possível de ser concretizado na Alemanha. Era preciso mudar.
Sobre mudar, no caso, me refiro a largar tudo e recomeçar no lugar mais distante possível. Para Förster, a Alemanha estava seguindo os passos errados. Os “verdadeiros alemães” deveriam procurar uma nova vida em uma “atmosfera moral mais saudável”.
Ele propôs a criação de uma colônia, devidamente batizada de Neu-Germania, livre da civilização artificial, das mentiras e da corrupção. Um éden teutônico para recriar a raça germânica.
Em 1887, cerca de dez famílias, seduzidas pelo discurso do professor, embarcaram em Hamburgo para a aventura de suas vidas. Elas cruzaram o Atlântico até a Bacia do Prata, subiram o Rio Paraná e se estabeleceram em uma área às margens do Aguaray-Guazú, um afluente do Rio Paraguai.
Era nesse cantinho do Paraguai, a 170 quilômetros de Assunção, que Förster deu início à sua versão da utopia. Ele fundou uma colônia supremacista branca, uma vilinha de extremistas concebida para ser um laboratório antissemita a meros 120 quilômetros da fronteira com o Brasil.
Que lugar é esse
Förster liderou a empreitada ao lado de sua esposa, Elisabeth Förster-Nietzsche. Sim, o sobrenome é famoso: Elizabeth era irmã do célebre filósofo alemão Friedrich Nietzsche.
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