CEDEAO deixa Bissau após uma semana de consultas. Sissoco Embaló ameaçou expulsar delegação

A delegação da CEDEAO chegou ao país no domingo passado, mandatada para acompanhar a situação política no país e mediar um consenso quanto à data do fim de mandato do Presidente da República da Guiné-Bissau e da realização de eleições.

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) deixou a capital guineense este sábado – terminada uma semana de consultas a vários atores políticos e organizações do país – , denunciando ter recebido ameaças de expulsão por parte do Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló.

“A missão partiu de Bissau na madrugada do dia 1 de março, após ameaças de S.E. Umaro Sissoco Embaló de a expulsar”, refere a organização num comunicado emitido este sábado e ao qual o Jornal Económico (JE) teve acesso.

Foi no domingo passado que a delegação da CEDEAO chegou à Guiné-Bissau, mandatada para acompanhar a situação política no país e mediar um consenso quanto à data do fim de mandato do Presidente da República guineense e à realização de eleições, que a oposição exige que se sejam marcadas para maio.

No mesmo comunicado, a missão política da CEDEAO indica que irá entregar ao Presidente da Comissão da CEDEAO, Omar Alieu Touray, o relatório resultante dos cinco dias de reuniões , “incluindo a sua proposta sobre a forma de encontrar um roteiro consensual para a realização de eleições inclusivas e pacíficas em 2025”.

Na segunda-feira, um dia depois de ter decretado a realização de eleições gerais presidenciais e legislativas para o dia 30 de novembro, o Presidente guineense desvalorizou o papel da CEDEAO no calendário eleitoral guineense, mantendo-se intransigente quanto à data anunciada.

“As pessoas estão a fazer propaganda com a vinda da missão da CEDEAO. É uma mera missão de contacto. Eu é que autorizei a sua vinda. A CEDEAO não manda na Guiné-Bissau e nem em nenhum outro país” da organização, disse Sissoco Embaló, em declarações aos jornalistas, um dia antes de viajar para Moscovo, onde se encontrou com Vladimir Putin.

“As eleições só não vão ter lugar no dia 30 de novembro se Umaro Sissoco Embaló morrer. Não vai falhar um dia. […]. Existe um Presidente da República. Não é a CEDEAO que decide isso. O Presidente da República é que decreta a data. É a minha prerrogativa”, afirmou, quando questionado pela Lusa sobre a missão em trabalho no país.

Ainda sobre o comunicado emitido pela missão política destacada de Abuja, a CEDEAO indica que “tomou nota das questões e preocupações levantadas pelas partes interessadas durante as consultas e louva o empenhamento de todas as partes interessadas no diálogo político para promover um amplo consenso sobre um roteiro para a realização de eleições legislativas e eleições legislativas e presidenciais em 2025”.

“Sob a diretiva da Autoridade dos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO, o Presidente da Comissão da CEDEAO, S.E. Dr. Omar Alieu TOURAY, enviou uma missão política de alto nível à Guiné-Bissau missão política de alto nível à Guiné-Bissau, de 21 a 28 de fevereiro de 2025, para apoiar os esforços dos atores políticos políticos e outras partes interessadas para chegar a um consenso político sobre um roteiro para a realização de eleições inclusivas e pacíficas em 2025”, recorda a comunidade no mesmo comunicado.

“A Missão apela a todas as partes interessadas e aos cidadãos para que continuem a manter a calma e a a paz e a tranquilidade no país”, lê-se no comunicado assinado por Omar Alieu Touray.


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