Severo Moto Nsa, exilado em Espanha e opositor do Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, exigiu hoje que o Governo do seu país inicie uma transição pacífica para a democracia, incluindo eleições livres.
Moto Nsa, líder do conservador Partido do Progresso da Guiné Equatorial, leu em Madrid um comunicado no qual o partido enumera o que considera serem pontos cruciais para o futuro político da Guiné Equatorial, sublinhando a crescente exigência de mudança política e de implementação de um sistema que garanta os direitos e as liberdades.
No comunicado do partido Moto Nsa defende-se, em primeiro lugar, a criação de um Conselho de Governo para gerir a transição democrática.
Um Conselho que seria responsável por levar a cabo as ações necessárias para abrir caminho às primeiras eleições livres na Guiné Equatorial, que deveriam realizar-se no prazo máximo de seis meses, refere-se no comunicado.
O partido apela igualmente às forças armadas da Guiné Equatorial para que salvaguardem a independência e a integridade territorial do país e apoiem a transição para um Governo democrático.
“Apelamos ao exército, porque sabemos que a sua principal missão é justamente proteger o povo, e não proteger um indivíduo”, disse Moto Nsa.
Entre os pontos exigidos, destaca-se, também, o regresso urgente da oposição democrática no exílio, como o próprio Moto Nsa, bem como a libertação dos presos políticos.
Na declaração da oposição apela-se ainda à comunidade internacional para que apoie e acompanhe o período de transição e, especificamente, às forças armadas norte-americanas para que garantam que as eleições se realizem num clima de liberdade e segurança.
Desde a sua independência de Espanha em 1968, a Guiné Equatorial tem sido considerada pelas organizações de defesa dos direitos humanos como um dos países mais repressivos do mundo, devido a acusações de detenções e tortura de dissidentes e a alegações de repetidas fraudes eleitorais.
Teodoro Obiang, de 82 anos, Governa o país com ‘mão de ferro’ desde 1979, quando derrubou o tio, Francisco Macias, num golpe de Estado, sendo o Presidente que está há mais tempo no poder em todo o mundo.
Antiga colónia espanhola, a Guiné Equatorial integra a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) desde 2014. Para além da Guiné Equatorial, são membros da CPLP Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe.
A Guiné Equatorial é considerada a terceira nação mais corrupta do continente africano, descendo um lugar, para o 172.º, entre 180, no Índice de Perceção da Corrupção, segundo um relatório divulgado em janeiro.
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