O antigo magistrado, atualmente presidente da plataforma cidadã Nexos GE, que luta pelo respeito dos direitos humanos, foi “destituído do cargo em 2018 (…) devido à sua oposição ao poder do Presidente, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo”, chefe de Estado há 44 anos, segundo o seu advogado, Dominique Inchauspé.
No exílio desde 2020, Ondo Angue reparte a sua vida entre França e Espanha, depois de ter fugido a uma tentativa de detenção em sua casa, na capital equato-guineense, Malabo, por militares que o procuravam na altura no âmbito de uma investigação sobre uma tentativa de golpe de Estado, em dezembro de 2017.
Dominique Inchauspé fundamenta as suas acusações de tentativa de rapto em “convites repetidos” dos “serviços externos do regime ditatorial” para regressar a Malabo.
Estas práticas destinavam-se a “detê-lo arbitrariamente”, argumenta o advogado na sua queixa, e já foram utilizadas contra outros opositores políticos, levando, na sua opinião, à sua “prisão” e “tortura”.
No início de janeiro, o Governo da Guiné Equatorial recuperou vídeos de Juan Carlos Ondo Angue e de uma jovem, nus durante um ato sexual, antes de os difundir no portal oficial do Governo e na televisão estatal.
Segundo Malabo, Ondo Angue “confessa ser o líder de um plano de desestabilização da Guiné Equatorial e faz um resumo a uma jovem”, acusação que nega.
Ondo Angue afirma ter sido chantageado por alguém próximo do Governo, que lhe exigiu dinheiro para deixar de difundir os vídeos íntimos, tendo apresentado igualmente uma queixa contra desconhecidos por estes atos.
O Ministério Público “emitiu um mandado de captura internacional” no início de março contra Ondo Angue, acusando-o de fomentar um golpe de Estado e também de “crimes de corrupção no domínio jurisdicional, suborno, tráfico de influências, abuso de poder, burla do erário público, enriquecimento ilícito e branqueamento de capitais”.
Organizações não-governamentais internacionais e a ONU denunciam regularmente a repressão de toda a dissidência na Guiné Equatorial.
A Guiné Equatorial é governada desde 1979 por Teodoro Obiang Nguema, de 81 anos, que detém o recorde mundial de maior duração no poder de um chefe de Estado em exercício, não considerando as monarquias.
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