A advogada e especialista em questões militares Rocío San Miguel foi detida na 6ª feira (9.fev) no aeroporto de Maiquetía
ONGs, políticos e partidos venezuelanos têm criticado ao longo do fim de semana a prisão da ativista, advogada e especialista em questões militares venezuelana Rocío San Miguel, de 57 anos. Ela é opositora ao governo de Nicolás Maduro e, segundo relatos de organizações do país, teria sido detida na 6ª feira (9.fev.2024) no Aeroporto Simón Bolívar, em Maiquetía.
A prisão foi repercutida pela ONG de defesa dos direitos humanos Provea. Na tarde deste domingo (11.fev), a organização publicou no X (ex-Twitter) que já havia passado 57 horas desde que se soube da prisão e do “desaparecimento forçado” de San Miguel. Também disse que não há notícias de seu paradeiro ou das condições de saúde em que se encontra.
A ONG afirma que a detenção de San Miguel é uma violação de direitos humanos que submete os familiares da advogada a situações “cruéis, inumanas e degradantes”. “A desaparição forçada se transformou em uma prática recorrente no extenso repertório repressivo das autoridades venezuelanas, executada com o objetivo de silenciar a crítica e cerrar o espaço cívico”, escreveu a organização.
O caso eclode poucas semanas depois de outra controvérsia protagonizada pelo governo venezuelano, quando o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, anunciou que 32 pessoas foram presas no país por estarem supostamente envolvidas em 5 planos para assassinar o presidente Maduro.
San Miguel também é presidente da ONG Control Ciudadano. Segundo a Provea, ela recebia medidas de proteção da CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos) por causa de “constantes” ataques recebidos. Sua última atividade no X foi a repostagem de uma publicação da organização na rede social na 5ª feira (8.fev).
Internautas nas redes sociais têm compartilhado a hashtag “#DondeEstáRocío” (onde está Rocío) para chamar atenção ao caso. Outra ONG que se manifestou contra o ocorrido foi a Anistia Internacional. Também pelo seu perfil do X, a entidade divulgou uma mensagem pedindo a liberdade “imediata e incondicional” da advogada.
Maria Corina Machado, adversária política de Maduro vetada das eleições, também se pronunciou sobre o caso. Ela compartilhou a publicação do Comitê de Direitos Humanos do Vente Venezuela, seu partido político, e disse que alertou o mundo que os “ataques repressivos do regime de Maduro” continuam. “Pedimos solidariedade nacional e internacional a ela e a todos os presos e perseguidos políticos na Venezuela”, afirmou.
O partido Voluntad Popular condenou a detenção e desaparecimento de Rocío. “Exigimos às autoridades que declaram sua localização”, declarou neste domingo (11.fev).
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