Casamentos de Santo António. “Um dos casais nasceu no Paraguai, outro em Itália, mas são todos lisboetas”
Ao longo da tarde desta quinta-feira, centenas de pessoas marcaram presença no coração de Lisboa para assistir aos Casamentos de Santo António, tradição que mistura fé, cultura e celebração.
Entre os muitos visitantes, estava Ana Silva, de 59 anos, que viajou do Porto até Lisboa para viver os Santos Populares de forma mais intensa.
Já segue a Informação da Renascença no WhatsApp? É só clicar aqui
“Nós somos do Porto e vemos sempre na televisão, mas este ano decidimos tirar férias e ir a Lisboa. Estou ainda mais entusiasmada para as marchas, é excecional. Isto é como ver o futebol na televisão, viver ao vivo no estádio é diferente”, contou à Renascença, com entusiasmo.
Outro rosto visivelmente comovido era o de Maria, de 76 anos, vinda de Sintra, que se deixou emocionar com o ambiente festivo e as noivas vestidas de branco: “Estou a ver-me no lugar delas, porque também senti muito entusiasmo naquele dia”.
Presente no evento, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, destacou a diversidade cultural dos casais e a forma como os Casamentos de Santo António refletem o espírito acolhedor da cidade.
“Estes casamentos trazem essa inspiração daquilo que é a nossa identidade, mas ao mesmo tempo, uma cidade de acolhimento. Um dos casais nasceu no Paraguai, outro em Itália, mas são todos lisboetas e isso é o que nos une. Une-nos essa diferença e nessa diferença encontramos força. E Lisboa é isso, Lisboa é esta capacidade de ter uma identidade muito forte”, salientou.
Para o autarca, o que torna as Festas de Lisboa únicas no mundo é, precisamente, a forma como conjugam tradições e emoções num só evento.
“Não há nenhuma [festa] como esta, porque esta encaixa tudo. Ou seja, há países como os Estados Unidos que têm as paradas, que as pessoas passam com bandeiras e têm música. Há outros que têm danças, há outros que têm música, e aqui nós juntámos tudo e juntámos tudo num canto que é um canto de Lisboa, que é essa alma lisboeta e essa alma lisboeta é definida através de algo que não há em lugar nenhum no mundo”, assinalou Carlos Moedas.
As ruas da cidade estão decoradas a rigor e o cheiro a sardinhas assadas mistura-se com os sons das marchas populares e da música tradicional, num cenário onde se respira alegria e tradição.
As marchas de bairros como Alfama, Mouraria ou Madragoa voltam a desfilar com brilho e entusiasmo, reforçando o orgulho lisboeta e a herança cultural que passa de geração em geração.
Com os Casamentos de Santo António, Lisboa celebra não só o amor, mas também a identidade vibrante. E, como se viu, não são só os lisboetas que a querem viver, visitantes de todo o país e do mundo continuam a juntar-se para sentir de perto o calor dos Santos Populares.
Crédito: Link de origem