O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobrou incisivamente o seu homólogo Emmanuel Macron, da França, nesta quinta (5), para doar recursos prometidos pelos países desenvolvidos a políticas de combate às mudanças climáticas.
A cobrança foi feita durante um pronunciamento conjunto ao anunciarem a assinatura de mais de 20 atos de cooperação entre os dois países. Lula ressaltou que a França “deveria ter orgulho” de ter sua maior fronteira com o Brasil, através da Guiana Francesa na região amazônica, e que por isso, entre outros motivos, deveria contribuir com recursos.
“A França não pode entrar na partilha desse dinheiro por causa da Guiana Francesa. A Guiana Francesa está na parte mais pobre do mundo e a França na mais rica. Então, a França não é receptora [dos recursos prometidos], tem que ser doadora desse dinheiro. É assim que eu compreendo a França”, disparou Lula a Macron em um discurso de improviso alternado com um preparado.
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Lula lembrava de sua participação na COP15 da Dinamarca, em 2009, quando os países mais desenvolvidos prometeram uma contribuição financeira de US$ 100 bilhões para ajudar na manutenção das florestas naqueles com menos recursos.
O presidente brasileiro também alfinetou Macron para que ressalte que a maior fronteira do país não é com os europeus, e sim com os da América do Sul na região amazônica, e afirmou que a França “é também sul-americana”.
Ele ainda ressaltou que a parceria de defesa com os franceses é importante para o combate a crimes comuns na região, como o narcotráfico, o garimpo ilegal e aos “madeireiros ilegais”.
“Estamos convencidos que não só devemos continuar os nossos esforços como devemos reforçá-los. Eu estarei presente em Belém junto ao presidente, durante a COP30, é um encontro importante para remobilizar a comunidade internacional em torno desses objetivos”, afirmou Macron sobre o tema.
Ainda nesta quinta (5), Lula recebe o título de “doutor honoris causa” da Universidade de Paris, na Academia Francesa; se reúne com a prefeita da capital francesa, Anne Hidalgo; terá um encontro com a comunidade brasileira que vive no país e participa de um jantar com a primeira-dama Janja da Silva oferecido por Macron.
A viagem de Lula na França prossegue para uma viagem à sede da Interpol em Toulon, que é chefiada pelo delegado brasileiro Valdecy Urquiza, no sábado (7); vai a Mônaco para um evento sobre economia azul, no domingo (8); e para Nice, onde participará da Terceira Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos, na segunda (9).
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