Por Késsia Carolaine*
Foi inaugurado neste ano, durante o mês de maio, a 1ª Bienal de Arte e Cultura de Bissau (Bienal MoAC Biss). Durante trinta e um dias, a bienal levou ao país diversas linguagens artísticas como: música, literatura, artes cênicas e performativas, artes visuais, dança e, também, debates sobre políticas públicas e culturais. Neste período, o público teve acesso a produções que exploravam o universo artístico de Guiné-Bissau, que também dialogava com contextos da África e sua diáspora.
Fruto de um projeto que vinha sendo planejado há anos pelo coletivo Fundação MoAC Biss e formado por artistas, mobilizadores culturais e ambientalistas, as atividades da Bienal foram realizadas em diversas localidades de Guiné-Bissau. Centros culturais, teatros e diversos espaços públicos e alguns bairros periféricos da cidade foram palco do evento e receberam lançamentos de livros, espetáculos de dança, exibição de filmes e performances.
Algumas homenagens a personalidades guineenses que foram importantes para a cultura, também foram destaque no evento. Em homenagem ao músico e compositor José Carlos Schwarz, foi inaugurado um mural que ganhou o nome “Bo bim nô kanta Zé Carlos”. Ocorreu também o lançamento do livro “Itinerários de Amílcar Cabral”, que traz alguns registros de sua vida nômade através de cartões postais. O autor foi uma das figuras mais importantes na luta contra o colonialismo português e na luta pela independência de Guiné-Bissau e Cabo Verde.
Outra atividade que teve destaque durante os dias de Bienal foram os Djumbai (rodas de conversas). Nestas rodas, diversos temas eram discutidos através de debates, onde o assunto central era Guiné-Bissau. O evento foi responsável por colocar o país em evidência, além de ter movimentado o mercado literário, com os diversos lançamentos de livros, fortalecendo os autores locais e de outros países.
*Com informações de Ana Cláudia Gomes de Souza, antropóloga e professora da UNILAB, e Renálide Carvalho do IFPI
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