Clima: Brasil tem soluções para a crise climática – 05/06/2025 – Papo de Responsa

A contagem regressiva para 2030 já começou e, com ela, a urgência pela implementação concreta dos compromissos globais assumidos para conter as crises climática e da biodiversidade.

Esse ano é o marco temporal para diversos compromissos firmados, como Acordo de Paris, ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), Declaração dos Líderes de Glasgow sobre Florestas e Uso do Solo e, mais recentemente, Marco Global da Biodiversidade de Kunming-Montreal.

Apesar do consenso científico e diplomático sobre a gravidade da situação climática, o avanço real nas ações de mitigação das mudanças do clima e na adaptação a seus impactos ainda está aquém do necessário.

O ano de 2024 já ultrapassou a média de 1,5º C acima dos níveis pré-industriais. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC, na sigla em inglês) alerta que essa diferença pode ser ainda maior e se tornar permanente até meados do século se governos não acelerarem imediatamente suas soluções.

Cortes drásticos de emissões, conservação da biodiversidade e transição para uma economia de baixo carbono não são mais metas futuras, mas respostas urgentes para o presente.

Nesse cenário, o Brasil desponta como ator estratégico. Com cerca de 60% do território coberto pela floresta amazônica, o país abriga 15% da biodiversidade mundial, além de ter o maior volume de água doce do planeta.

Soma-se a isso uma matriz elétrica majoritariamente renovável e um arcabouço crescente de soluções agroambientais já em curso. Temos recursos naturais, experiência acumulada e uma posição geopolítica capaz de influenciar positivamente a transição ecológica necessária para o enfrentamento dos desafios globais.

A escolha de Belém como sede da Conferência do Clima deste ano, a COP30, é mais que simbólica: é um chamado à responsabilidade. A presidência brasileira da COP convocou o mundo para um grande mutirão climático, como destacou uma carta recente do embaixador André Corrêa do Lago. Precisamos de todos atuando na implementação da agenda climática.

O Brasil deve exercer a liderança abordando soluções para o presente, e não promessas para o futuro. É fundamental apresentar estratégias para adaptação e mitigação à crise climática. Para isso, é preciso levar à mesa agendas como agricultura de baixo carbono, restauração ecológica, uso sustentável da biodiversidade, biocombustíveis e outras soluções baseadas na natureza.

Além disso, está cada vez mais claro que uma crise tão complexa demanda ações em conjunto. Governos nacionais e subnacionais precisam articular soluções com o setor privado, organizações da sociedade civil e instituições acadêmicas.

Em todo o mundo, diversas alianças multissetoriais têm merecido destaque na facilitação desse diálogo, como a Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, que, dez anos atrás, contribuiu para a elaboração da meta climática apresentada pelo país após a assinatura do Acordo de Paris. Desde então, o movimento, que reúne mais de 430 entidades de diferentes origens, propõe formas de aprimorar políticas públicas.

É hora de agir contra o avanço das mudanças climáticas e pela defesa dos compromissos globais pela biodiversidade. A contagem continua, e o Brasil tem tudo para tomar a frente desse mutirão global.


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