Você já se perguntou de onde vem a água que enche seu copo, ferve o café ou mata a sede no calor? No Vale do Taquari, milhares de famílias contam diariamente com o trabalho silencioso e essencial das Estações de Tratamento de Água (ETAs), responsáveis por transformar água bruta de rios em um recurso seguro para o consumo humano. Em épocas de estiagem ou risco de contaminação, esse trabalho ganha ainda mais protagonismo.
Em Lajeado, o bairro Hidráulica abriga uma das estruturas mais estratégicas da Corsan: a Estação de Tratamento de Água, que abastece 46 mil residências no município.
Controle e precisão em cada gota
A água que chega à casa das pessoas percorre um processo rigoroso, que combina tecnologia, precisão e controle de qualidade. Segundo a Especialista em Operações da Corsan, Daiane da Silva Moreira, tudo começa no Rio Taquari. “A partir da captação, a água passa por diferentes etapas dentro da ETA. Na primeira delas, é misturada a um coagulante e, quando necessário, recebe carvão ativado ou cal, para ajustar o pH, conforme as características da água no dia.”
Esse processo dá início à coagulação: é quando partículas de sujeira se unem e formam pequenos coágulos. Em seguida, nos floculadores, a força hidráulica transforma esses coágulos em flocos maiores e visíveis, que depois são enviados aos decantadores. “É ali que os flocos mais pesados se depositam no fundo e são removidos”, explica.
A água, então, segue para os filtros — hoje, a estação conta com nove, todos com dupla camada: uma de areia e outra de carvão antracito. “É essa barreira que remove impurezas remanescentes. Por fim, a desinfecção é feita com cloro e flúor, garantindo que a água esteja 100% potável ao chegar até a residência das pessoas”, salienta.
Capacidade que move uma cidade
Atualmente, a ETA opera com uma média de 290 litros de água tratados por segundo, mas tem estrutura para chegar a 330. O funcionamento é ininterrupto, 24 horas por dia. O tempo total entre a captação e o envio da água aos reservatórios varia de três a cinco horas, dependendo da demanda e do nível dos reservatórios.
Qualidade testada do início ao fim
O controle de qualidade é contínuo: desde a chegada da água bruta até a distribuição final. Diariamente, são realizadas mais de 500 análises na estação. Algumas delas acontecem em tempo real em Lajeado; outras, mais complexas, são feitas no Laboratório Central de Águas da Corsan, em Porto Alegre. “Todo esse cuidado é essencial para garantir que a água chegue ao ramal do usuário dentro dos parâmetros da legislação”, afirma Daiane, que ressalta que as análises seguem a Portaria de Potabilidade nº 888/2021, do Ministério da Saúde.
Em 2024, a Corsan contabilizou 8.784.150 análises laboratoriais para monitorar a qualidade da água captada, tratada e distribuída à população. Esses testes avaliam mais de 100 parâmetros. A iniciativa reforça o compromisso da empresa em garantir a excelência do monitoramento da qualidade da água consumida pelos 6,5 milhões de gaúchos atendidos pela companhia.
Responsabilidade e precisão
A diretora-presidente da Corsan, Samanta Takimi, enfatiza que a companhia adota um rigoroso controle em todas as etapas do processo de tratamento de água, assegurando que o produto final atenda integralmente aos padrões de qualidade estabelecidos pela legislação.
“Cada fase do processo é acompanhada de perto pelas nossas equipes técnicas especializadas e submetida a análises sistemáticas de qualidade. Nosso compromisso é garantir que a água entregue aos consumidores tenha segurança, qualidade e confiabilidade. Tratamos cada etapa desse processo com máxima responsabilidade e precisão”, garante.
Água potável: saúde, dignidade e vida
A qualidade da água que chega às casas da população está diretamente relacionada à saúde pública e à prevenção de doenças, como hepatite A, giardíase, diarreias infecciosas, entre outras. Por isso, autoridades de saúde dos municípios, estados e o próprio Ministério da Saúde atuam em conjunto por meio de ações de fiscalização, monitoramento e orientação.
Entre essas iniciativas, segundo a titular da 16ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), Rafaela Fagundes, destaca-se o Programa Nacional de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Vigiagua), que integra as políticas públicas de promoção da saúde e prevenção de agravos. “Garantir que a água chegue às pessoas com segurança é um dever de todos — do poder público à sociedade civil. Afinal, água limpa é mais do que um direito: é uma questão de saúde, dignidade e vida”, reforça a coordenadora regional.
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