Platense vence Huracán após ‘ceifar’ gigantes; conheça time que nasceu de aposta em cavalo

Era esperado que a final da primeira fase do campeonato argentino neste domingo seria de emoções. De um lado, o Huracán, que havia vencido a competição pela última vez há 52 anos. Enquanto, do outro, o Platense, que buscava o título inédito — agora conquistado — em sua história. Para isso, os dois times precisaram viajar mais de mil quilômetros até Santiago del Estero, no Norte da Argentina, onde se enfrentaram no Estádio Único Madre de Ciudades, casa do Central Córdoba. Mas o que se viu em campo foi um duelo de início equilibrado, com poucas chances de gol, mas o suficiente para dar o primeiro título argentino na história do Platense, que ofuscou o adversário após marcar seu gol.

  • Campeão da Champions, PSG pode ser pesadelo para brasileiros no Mundial; veja possibilidades
  • Solidez rubro-negra: Quatro convocados e baixa média de gols sofridos: defesa do Flamengo se torna ponto forte do elenco

O campeonato mudou seu formato neste ano. Os pontos corridos foram substituídos pelo mata-mata. Os rebaixamentos em 2024 foram cancelados, para que a competição tivesse 30 clubes, divididos em dois grupos. Desta forma, voltou a ser disputado o campeonato como era até 2012, em Apertura (disputado neste domingo) e Clausura, no segundo semestre.

No caminho até a decisão, o Huracán eliminou Deportivo Riestra, Rosario Central e Independiente, que, por sua vez, havia despachado o Boca Juniors. Mas, do outro lado, o pequeno Platense se firmou como um triturador de gigantes, deixando pelo caminho o Racing, o River Plate — em pleno Monumental de Núñez — e o San Lorenzo.

Equipe do Platense para a final do Campeonato Argentino, disputado contra o Huracán no Estádio Único Madre de Ciudades — Foto: Eduardo RAPETTI / AFP

Neste domingo, o primeiro tempo entre as equipes foi franco, equilibrado, mas sem grandes perigos para os goleiros. O maior volume foi do Platense. Já na 2ª etapa, o início do jogo foi marcado por poucas chances e pelos técnicos realizando as primeiras alterações, de olho na ofensividade. E, aos 15 minutos, Alanís teve a melhor chance do Huracán até ali, recebendo na entrada da área e batendo forte, finalização que foi para fora.

Mas, no lance seguinte, foi a vez do Platense ir ao ataque. Após cobrança de falta de Taborda, com bola alçada na área, Guido Mainero — atacante de 30 anos, que fez carreira no futebol argentino — pegou o rebote e, de pé esquerdo, acertou um chute cruzado. O goleiro Galíndez se esticou, chegou a tocar na bola, mas não foi o suficiente para evitar que o Platense abrisse o placar, aos 17 minutos.

Platense x Huracán: Mainero, camisa 7, comemora gol do título — Foto: Eduardo Rapetti / AFP
Platense x Huracán: Mainero, camisa 7, comemora gol do título — Foto: Eduardo Rapetti / AFP

Bem organizado, o Platense conseguiu ainda ofuscar o time adversário, que não conseguiu levar perigo. Em desvantagem no placar, o Huracán ainda viu os rivais ganharem confiança e Herrera, de fora da área, arriscar um chute forte, que passou bem perto do travessão defendido por Galíndez, aos 33 minutos, após roubada de bola na intermediária. Nenhuma chance foi criada pelo Huracán após sofrer o gol.

Galíndez chegou a se lançar ao ataque nos acréscimos, mas não foi o suficiente para criar uma oportunidade. O Platense conquistou seu primeiro título da primeira divisão argentina da história e se classifica à Libertadores 2026, competição que jogará pela primeira vez.

Origem em corrida de cavalos, venda de joia e dois técnicos

O Club Atlético Platense tem uma história curiosa. Fundado em 1905, sua história começa na aposta no cavalo puro-sangue Gay Simon: o valor recebido da aposta permitiu a um grupo de jovens fundar o time, com nome em referência ao haras Platense. Até a cor do uniforme, marrom, foi escolhida numa inspiração ao uniforme de um cavaleiro.

Com apenas um vice no campeonato argentino, nos idos de 1916, o Platense passou mais de 20 anos afastado da primeira divisão argentina, para onde só retornou recentemente, em 2021. Alguns consideram que um importante ponto de virada nessa história foi a venda do jovem zagueiro Marco Pellegrino, hoje com 22 anos, ao Milan-ITA em 2023. Os 3,88 milhões de euros, hoje equivalentes a R$ 25,1 milhões, maior transferência da história do clube, sediado em Vicente López, na grande Buenos Aires, permitiram ao clube acertar suas contas e investir em melhorias estruturais.

Pellegrino, no entanto, não se firmou no Milan e foi emprestado a outros clubes argentinos. No ano passado, vestiu a camisa do Independiente e, neste ano, defende as cores do… Huracán, time do qual foi titular nesta final. Maior destaque do elenco do Platense está no banco de reservas, com os técnicos (isso mesmo, dois) Favio Orsi e Sergio Gómez.

Favio Orsi (careca) e Sergio Gómez, treinadores do Platense, durante a final contra o Huracán — Foto: Eduardo Rapetti / AFP
Favio Orsi (careca) e Sergio Gómez, treinadores do Platense, durante a final contra o Huracán — Foto: Eduardo Rapetti / AFP

Huracán podia ter encerrado jejum no ano passado

Já o tradicional Huracán levantou a taça do campeonato argentino pela última vez em 1973 e, no ano passado, chegou a sonhar com o título. Em formato de pontos corridos até então, foi para a última rodada diante do Vélez, que venceu a partida e acabou conquistando o campeonato. Com os demais resultados da rodada, o Huracán acabou como quarto colocado, mas, se tivesse vencido aquela partida, seria o campeão.

Neste ano, o clube argentino ainda foi carrasco do Corinthians na Copa Sul-Americana. O time venceu o Timão duas vezes na fase de grupos, em campanha que acabou com o time brasileiro eliminado, enquanto o Huracán se classificou como líder do grupo.

Crédito: Link de origem

- Advertisement -

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.