A vereadora Thabatta Pimenta (PSOL-RN) foi alvo de ataques transfóbicos na terça-feira durante sessão na Câmara Municipal de Natal. As falas foram proferidas por pessoas que acompanhavam a votação que debatia a concessão de título de cidadão natalense ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Entre as declarações, estão a de que ela seria uma “mulher do Paraguai” e que ela teria “dois sexos”.
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A psolista registrou um Boletim de Ocorrência (B.O.) contra os responsáveis pelas declarações. O caso é investigado pela Polícia Civil.
“A atitude da parlamentar busca responsabilizar os autores das ofensas e reforça seu compromisso com a defesa dos direitos da comunidade LGBTQIA+ e o combate à discriminação”, diz a equipe da vereadora, que foi primeira mulher trans eleita para a Câmara Municipal de Natal.
As ofensas ocorreram enquanto a vereadora discursava contra a concessão do título a Bolsonaro, quando destacou a atuação da gestão no enfrentamento da pandemia da COVID-19. A mãe de Pimenta era enfermeira e morreu por conta da doença.
— A Câmara nos ignorou! Fingiu que nada aconteceu! A segurança aqui é um caos, com atentados e mortes de vereadores em todo o país! Vão esperar acontecer aqui dentro? — disse a vereadora.
“Influenciadora, ativista e mãe atípica”, como se descreve nas redes sociais, a psolista acumula quase um milhão de seguidores no Instagram.
De acordo com dados da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, colhidos pelo Disque 100, o número de ocorrências de violência contra a população trans cresceu 45% e o de violações aumentou 73% ano passado, em relação a 2023. No ano passado, foram denunciadas 22.293 violações contra transgêneros, transexuais e travestis.
Segundo ativistas e especialistas, o aperfeiçoamento dos serviços de denúncia ajuda a explicar a alta, mas, ao mesmo tempo, há críticas sobre a ausência de medidas concretas do governo federal, em meio à intensificação da agenda “anti trans” no cenário internacional.
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