Um ex-presidiário brasileiro, identificado como Ivan Juniors Marques Almeida, foi preso na última quarta-feira (21) após cometer um sequestro relâmpago na cidade de Ciudad del Este, no Paraguai. Ele fez duas brasileiras, estudantes de medicina, reféns no apartamento onde moram.
O criminoso, que possui sete antecedentes criminais e dois mandados de prisão em aberto por roubo e extorsão, acabou se entregando à polícia após ameaçar tirar a própria vida com um faca, a mesma que utilizou para intimidar suas vítimas.
Como aconteceu o crime
Ivan sequestrou duas jovens brasileiras, ambas estudantes de Medicina, que dividiam com ele um apartamento localizado no quilômetro 8, bairro Acaray, em Ciudad del Este.
As vítimas foram amarradas com braçadeiras plásticas (cintinhos). Na sequência, o criminoso passou a exigir R$ 20 mil de familiares das vítimas, ameaçando matá-las caso o valor não fosse pago. As ameaças eram feitas por mensagens e chamadas via WhatsApp.
De acordo com o delegado Feliciano Martínez, diretor da Polícia de Alto Paraná, uma das mães, que reside em Brasília, chegou a realizar transferências via PIX, totalizando aproximadamente R$ 12 mil, na tentativa de salvar a filha.
A polícia tomou conhecimento do crime após uma vizinha ouvir gritos e pancadas na porta do apartamento e acionar o serviço de emergência 911.
Quando os policiais chegaram ao local, encontraram Ivan com as duas vítimas ainda sob seu controle. Após uma breve negociação, as vítimas foram resgatadas. No entanto, o sequestrador colocou a faca no próprio pescoço, ameaçando se matar. Ele foi rapidamente convencido a se render e preso em flagrante.
As duas jovens foram levadas ao Hospital Regional de Ciudad del Este, onde passaram por avaliação médica. Segundo o promotor Gabriel Segovia, ambas apresentavam marcas nos braços causadas pelas braçadeiras, mas sem outras lesões aparentes.
As investigações apontam que Ivan se passou por arquiteto nas redes sociais para ganhar a confiança das estudantes. Eles decidiram dividir o apartamento devido ao alto valor do aluguel. O suspeito já estava morando no local há cerca de um mês, mas, segundo a polícia, tudo fazia parte de um plano prévio para aplicar o golpe e fugir em seguida, já que foi encontrado com as malas prontas.
Monitoramento internacional
O criminoso já estava sendo monitorado pelo Departamento de Convenções e Acordos de Cooperação Policial Internacional, ligado ao Comando Tripartite, que integra as polícias do Brasil, Paraguai e Argentina.
O departamento confirmou que Ivan estava na região, embora não possuísse residência fixa. Os mandados de prisão por roubo e extorsão foram expedidos no dia 13 de maio por um juiz brasileiro.
Ivan foi detido e permanecerá à disposição da Justiça paraguaia, que também poderá encaminhar seu processo de extradição para o Brasil. O promotor Gabriel Segovia inicialmente classificou o crime como privação ilegítima de liberdade, mas destacou que a tipificação poderá ser ampliada, conforme o andamento das investigações.
(com informações Edgar Medina)
Crédito: Link de origem