PSB participa da 30ª Marcha do Silêncio em Montevidéu e reforça laços com o Partido Socialista do Uruguai – PSB 40

Na noite do último dia 20, o silêncio de mais de uma centenas de milhares de uruguaios lembrou pela trigésima vez a memória de mortos e desaparecidos da ditadura militar naquele país.

A Marcha do Silêncio, uma das mais simbólicas manifestações pela verdade, memória e justiça na América Latina, aconteceu em Montevidéu e contou com a participação de representante do PSB, o secretário de Relações Internacionais Paulo Bracarense.

Sob o lema “30 vezes Nunca Mais: saibam cumprir. Onde estão?”, a marcha cobra o avanço nas buscas aos desaparecidos da ditadura civil-militar uruguaia (1973–1985). Desde o fim do período autoritário, durante três mandatos presidenciais da coalizão de esquerda Frente Ampla, os restos mortais de oito pessoas desaparecidas foram identificados.

Os participantes da marcha percorreram a tradicional avenida 18 de Julio até a praça da Liberdade, em completo silêncio, rompido apenas pela leitura dos nomes dos 197 uruguaios desaparecidos durante o regime, seguidos do grito coletivo: “Presente!”.

Além de participar da marcha, Bracarense se reuniu com membros da Executiva Nacional do Partido Socialista do Uruguai (PSU). O encontro foi liderado pelo senador Gustavo Gonzáles, secretário de Relações Internacionais do PSU.

Durante a reunião, foram debatidos temas sobre a conjuntura política e os desafios atuais da esquerda na América Latina. Também foi reforçado o convite para que o PSU participe do XVI Congresso Nacional do PSB, que ocorrerá em Brasília entre os dias 30 de maio e 1º de junho. Durante o evento, haverá uma reunião da Coordenação Socialista Latino-Americana (CSL), entidade que reúne partidos socialistas do continente.

A reunião da CSL terá formato híbrido, para permitir a participação de partidos que não poderão comparecer presencialmente. Um dos principais pontos da pauta será a definição da data e do local da 10ª Conferência da Coordenação, prevista para ocorrer ainda este ano.

A Marcha do Silêncio

Quatro décadas após o retorno à democracia, os uruguaios ainda se perguntam onde estão os quase 200 detidos desaparecidos durante a última ditadura militar. A mobilização, que teve início em 1996, homenageia as vítimas assassinadas durante o período. A data foi escolhida em referência aos militantes Zelmar Michelini, Héctor Gutiérrez Ruiz, William Whitelaw e Rosario Barredo, mortos em 1976 na Argentina, em um dos episódios mais marcantes da Operação Condor, aliança repressiva entre ditaduras sul-americanas nas décadas de 1970 e 1980.

A passeata avançou pela mesma avenida de Montevidéu que reuniu milhares de pessoas na última semana para o cortejo fúnebre do ex-presidente José “Pepe” Mujica. Lucía Topolansky, ex-vice-presidente e viúva de Mujica, compareceu à manifestação. No ano passado, ela participou com o líder uruguaio, que também marchou quando ocupava a Presidência (2010-2015) e que completaria hoje 90 anos.

Registros oficiais somam 197 pessoas desaparecidas, a maioria foi detida na Argentina no contexto do Plano Condor. Dezenas de militares, a maioria reformados, foram condenados por crimes cometidos durante a ditadura.

A ministra da Defesa, Sandra Lazo, afirma que está trabalhando em busca de progressos. “O Ministério hoje deve ser um facilitador, uma ferramenta para essa busca pela verdade”, disse Lazo, após participar da homenagem às mães dos desaparecidos.

 

 

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