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— Temos que levar a sério cada ação da Venezuela — disse Ali à AFP. — Estamos levando isso muito a sério, para nós isso é uma ameaça e é assim que estamos lidando com isso.
A disputa territorial também gerou novas tensões com o anúncio da eleição por parte da Venezuela, que planeja escolher pela primeira vez, no domingo, um governador e oito deputados para a região.
As seções eleitorais serão instaladas em povoados venezuelanos próximos à fronteira do território em disputa, e não está claro qual será o cadastro eleitoral utilizado pela Venezuela.
A Venezuela já realizou em dezembro de 2023 um referendo para reivindicar a soberania sobre o Essequibo.
O presidente Ali afirmou ainda que fará “todo o possível para garantir” que a “integridade territorial” e a “soberania” da Guiana “permaneçam intactas”.
— Há muitos que acreditam que isso é desespero dos venezuelanos. Desespero e propaganda dos venezuelanos — acrescentou.
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Há uma semana, a Guiana relatou três ataques de civis armados contra militares da sua Força de Defesa (GDF, na sigla original) na região do Essequibo. Segundo os militares, nenhum policial ficou ferido.
Em 17 de fevereiro, a Guiana também relatou um ataque de uma gangue venezuelana no Rio Cuyuni, que deixou seis soldados feridos. O governo venezuelano rejeitou a denúncia como uma “invenção vil”, enquanto o Ministério Público venezuelano anunciou uma investigação.
A região, de 160 mil km² rica em petróleo e recursos naturais, é alvo de uma disputa entre Venezuela e Guiana há mais de um século.
De um lado, a Guiana se atém ao Laudo Arbitral de Paris, de 1899, no qual foram estabelecidas as fronteiras atuais. Do outro, a Venezuela se apoia em sua interpretação do Acordo de Genebra, firmado em 1966 com o Reino Unido, antes da independência guianesa, em que Londres e Caracas concordam em estabelecer uma comissão mista “para buscar uma solução satisfatória”, já que o governo venezuelano considerou o laudo de 1899 “nulo e vazio”.
Sem solução, a questão foi parar nas mãos da Corte Internacional de Justiça (CIJ) em 2017, por definição do secretário-geral da ONU, António Guterres, que se valeu da prerrogativa estabelecida pelo próprio Acordo de Genebra no caso de as partes não chegarem a um entendimento.
A CIJ pediu a Caracas que “se abstenha de realizar eleições, ou de se preparar para realizá-las, nesse território em disputa”, segundo uma ordem divulgada pelo organismo no início de maio. O pedido foi rejeitado pela Venezuela.
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