“Não sabemos se o silêncio será rompido, mas seguimos comprometidas com a denúncia, com o que construímos como sociedade, com a consciência de que o terrorismo de Estado ocorrido no passado está determinando nosso presente”, disse à AFP Elena Zaffaroni, integrante do coletivo Madres y Familiares de Uruguayos Detenidos Desaparecidos.
Na mesma linha, María Bellizzi afirma que é preciso “saber a verdade, tudo o que fizeram, onde estão (os desaparecidos), quem são os genocidas”.
Bellizzi, de 100 anos, e outras mães receberam o reconhecimento do governo uruguaio na segunda-feira por sua busca incansável, que ela acredita ter começado em 1977. O desaparecimento de seu filho, Andrés Humberto Bellizzi, naquele ano na Argentina, permanece sem resposta.
“O que queremos não são ossos, queremos saber o que fizeram com nossos filhos”, disse Bellizzi a jornalistas.
O coletivo Imágenes del Silencio, que ajuda a organizar a marcha há dez anos, instalou recentemente cartazes gigantes com imagens de ossos encontrados no Uruguai.
As imagens “mostram que eles estavam lá, que estavam nos batalhões, e isso demonstra a mentira sistemática” sobre o paradeiro dos desaparecidos, disse à AFP Soledad Acuña, integrante do grupo.
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