Milhares de pessoas marcham em São Tomé e Príncipe contra crimes sexuais


A marcha foi realizada para assinalar o “Dia Nacional de Prevenção e Combate à Violência Sexual” e aconteceu numa altura em que, segundo o Ministério Público, até à semana passada havia o registo de 95 crimes sexuais este ano.


“Tivemos um acréscimo significativo em termos de denúncia de crimes de violência sexual”, sublinhou o procurador-adjunto da República, Ridelgil Tavares.


Estudantes, funcionários públicos, associações juvenis e religiosas, membros do Governo, da Assembleia Nacional, dos Tribunais e do Ministério Público participaram na marcha que decorreu em simultâneo na cidade de São Tomé e Santo António, na ilha do Príncipe.


“É com imensa satisfação que nós conseguimos demonstrar efetivamente aqui que o santomense é bom, que o são-tomense protege as crianças”, sublinhou o procurador-adjunto, Ridelgil Tavares.


Várias mensagens foram destacadas nos cartazes durante a marcha, nomeadamente “violência sexual dói, fere e mata”, “diga não à violência sexual”, “tolerância zero ao abuso sexual de menores”.


“Nós estamos a lutar contra um fenómeno que não queremos que seja um flagelo. Nós estamos a lutar para prevenir e termos crianças e adolescentes saudáveis neste país”, declarou o Presidente da República, Carlos Vila Nova.


“Os traumas nem sempre têm cura e eu sou testemunha de muitos traumas de muita gente, uns piores que outros (…), gente que ficou destroçada, família destruída e por isso não pode haver álibi”, acrescentou Carlos Vila Nova.


O chefe de Estado considerou que “muitas conquistas foram conseguidas” nos últimos anos na luta contra o abuso sexual em São Tomé e Príncipe, mas alertou que, nomeadamente, ao nível da Justiça, na produção de leis e no desenvolvimento e execução de ações por parte do Governo, o processo ainda não está concluído.


“Objetivo é prevenir para que não aconteça mais em São Tomé e Príncipe”, disse Carlos Vila Nova, ladeado pela presidente da Assembleia Nacional, Celmira Sacramento, e membros do Governo, no final da marcha, diante do Palácio Presidencial.


Na ilha do Príncipe, o presidente do Governo Regional, Filipe Nascimento sublinhou que “o abuso sexual de crianças é considerado por lei como crime”, mas admitiu que “falta o despertar da sociedade” e a “a união de esforços de todos”, nomeadamente das autoridades do Estado, das famílias, das Igrejas e das escolas para combater este crime.


“Precisamos unir ainda mais uma voz firme para defender nossas crianças, consciencializar a sociedade e dar mais segurança aos que denunciam”, sublinhou Filipe Nascimento.

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