Uma cidade brasileira construída dentro da maior cratera de meteorito da América do Sul?

Publicado em
14/05/2025 às 20:42

Na divisa de Mato Grosso e Goiás, uma pequena cidade brasileira, Araguainha, repousa sobre uma cicatriz colossal de 40 km de diâmetro. Este é o palco do maior impacto de meteorito da América do Sul, um evento que pode ter tido consequências globais há milhões de anos.

No coração do Brasil, entre os estados de Mato Grosso e Goiás, existe uma paisagem que testemunha um evento cósmico de proporções cataclísmicas: o Domo de Araguainha. Esta é a maior cratera de impacto de meteorito da América do Sul, e dentro dela, ou em suas bordas, vivem comunidades, incluindo a pequena cidade brasileira de Araguainha (MT), que empresta seu nome à estrutura.

Formada há cerca de 254,7 milhões de anos, a cratera de Araguainha não é apenas uma maravilha geológica, mas um local que guarda segredos sobre a história da Terra. Há, inclusive, possíveis ligações com a maior extinção em massa do planeta. Vamos explorar esta incrível cidade brasileira e a geologia monumental que a define.

O impacto de Araguainha: a gênese da maior cratera de meteorito da América do Sul, onde se localiza esta cidade brasileira

A Cratera de Araguainha, com seus impressionantes 40 quilômetros de diâmetro, foi formada pela colisão violenta de um corpo celeste, estimado entre 2 e 3 quilômetros de largura, com a Terra. Este evento ocorreu há aproximadamente 254,7 milhões de anos, na fronteira entre os períodos Permiano e Triássico, numa região que provavelmente era um mar raso.

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Localizada na divisa dos estados de Mato Grosso e Goiás, a cratera perfurou camadas sedimentares da Bacia do Paraná, expondo rochas do embasamento cristalino. Evidências como cones de estilhaçamento (shatter cones) e brechas de impacto são provas inequívocas de sua origem por um impacto extraterrestre de grande magnitude.

Araguainha e Ponte Branca, as cidades brasileiras no coração da cratera

Uma cidade brasileira construída dentro da maior cratera de meteoro da América do Sul?Uma cidade brasileira construída dentro da maior cratera de meteoro da América do Sul?

No epicentro geográfico da cratera está Araguainha (MT), uma pequena cidade brasileira com pouco mais de 900 habitantes, situada sobre o núcleo central soerguido da estrutura. Sua economia é baseada principalmente no serviço público e na agropecuária familiar. Ponte Branca (MT), na borda nordeste, é um pouco maior, com cerca de 2.000 habitantes, e uma economia mais voltada para a agricultura de soja e pecuária.

Ambas as comunidades, assim como outras nos municípios de Alto Araguaia (MT), Doverlândia (GO), Mineiros (GO) e Santa Rita do Araguaia (GO), vivem sob a influência direta da geografia única moldada pelo impacto, enfrentando desafios comuns de infraestrutura e acesso.

A datação do impacto de Araguainha o posiciona muito próximo ao evento de extinção em massa do final do Permiano, o mais severo da história da vida na Terra. Embora o impacto em si não seja considerado suficiente para causar uma extinção global direta, cientistas investigam seu papel como um possível gatilho ou fator contribuinte.

Teorias sugerem que o impacto pode ter desencadeado terremotos massivos, tsunamis e, crucialmente, a liberação de enormes quantidades de metano de folhelhos betuminosos atingidos, causando um rápido aquecimento global. A pesquisa nesta cidade brasileira e seus arredores é vital para entender esses mecanismos.

O cotidiano e as percepções dos habitantes sobre viver na maior cratera da América do Sul

Os moradores de Araguainha reconhecem a topografia circular da região, referindo-se a ela como o “Domo de Araguainha”. A paisagem extraordinária inspirou lendas locais, como a de que Adolf Hitler teria enviado emissários em busca de “energias cósmicas” (na verdade, eram cientistas alemães estudando a cratera nos anos 70).

Outra história, sobre estrangeiros coletando rochas, teve uma triste confirmação quando amostras do astroblema foram encontradas à venda em Paris, levando a uma investigação do Ministério Público Federal. Essas narrativas compõem o rico patrimônio cultural desta cidade brasileira.

O futuro do Domo de Araguainha e desta singular cidade brasileira como Geoparque

O Domo de Araguainha possui um potencial indiscutível para o geoturismo, sendo reconhecido pela União Internacional de Ciências Geológicas (IUGS) como um dos 100 principais sítios do patrimônio geológico mundial. Existe uma proposta para a criação do “Geoparque Astroblema de Araguainha – Ponte Branca”, identificando geossítios que revelam as evidências do impacto, além de locais de interesse paleontológico e arqueológico.

Apesar da infraestrutura turística ainda modesta, há um esforço organizado para fomentar o turismo na região. O sucesso dependerá de investimentos, planejamento cuidadoso para minimizar impactos ambientais e, fundamentalmente, do envolvimento e benefício das comunidades locais desta singular cidade brasileira e seu entorno.

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